Defesa Civil Estadual faz levantamento dos estragos da chuva em São Carlos, SP

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Para que possa pleitear verbas emergenciais, prefeitura precisa fazer relatório dos danos.

Por G1 São Carlos e Araraquara

Uma comitiva do governo estadual esteve em São Carlos (SP), nesta segunda-feira (13), fazendo um levantamento dos estragos causados pela chuva. Para que possa pleitear verbas emergenciais, o município precisa fazer um relatório dos estragos para a Defesa Civil.

Segundo a Defesa Civil de São Carlos choveu 167,8 milímetros no domingo. A chuva começou no início da noite e durou quase três horas. Vinte e dois pontos de alagamento foram registrados.

Membros da Defesa Civil estadual e da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Regional vistoriaram os locais mais afetados e se reuniram com o prefeito Airton Garcia.

Esta foi a terceira grande chuva que atingiu São Carlos neste ano. Nos 12 primeiros dias de 2020 choveu cerca de 450 milímetros, o dobro da média histórica. Só com os temporais anteriores, a perda estimada é de R$ 2,5 milhões.

A chuva de domingo foi a maior de todas e causou o que foi considerado o pior alagamento dos últimos 11 anos. Os prejuízos ainda não foram estimados, mas pelo menos 120 lojas foram atingidas, além de várias casas de moradores da região. Em diversos trechos do centro, o asfalto foi arrancado das ruas.

Somente na região do centro e da rotatória do Cristo, o prejuízo da iniciativa privada é estimado em R$ 2 milhões. Na avenida Comendador Alfredo Maffei, a água invadiu a concessionária da Chevrolet e o McDonald’s, onde 30 pessoas ficaram ilhadas e tiveram que ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros.

Asfalto próximo ao calçadão foi arrancado pela força da chuva — Foto: Gabrielle Chagas/G1

Levantamento

Não houve, por parte dos representantes estaduais, uma definição de quais ações serão feitas pelo governo estadual em São Carlos. De acordo com a Defesa Civil, o primeiro passo é fazer um levantamento dos estragos.

“As ações da Defesa Civil são aquelas emergenciais para o restabelecimento dos serviços essenciais. A questão do asfalto seria um recapeamento simples [que não estaria sob responsabilidade da Defesa Civil], mas devido à gravidade, nós estamos incluindo isso como análise de restabelecimento de serviço essencial para Secretaria Nacional de Defesa Civil avaliar e futuramente fazer o repasse de verba para auxiliar”, afirmou a diretora do Núcleo de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil do estado, Capitão Fernanda Rafaela Lourenço de Moraes.

A coordenadora da Secretaria de Desenvolvimento Regional, Edna Martins, disse que o governo estadual também deverá usar o levantamento da Defesa Civil para estudar quais ações tomar.

“A partir do diagnóstico a gente pode saber qual as demandas para que o secretário articule com as outras secretarias as ações que serão necessárias, os projetos, os recursos para tratar dessa situação emergencial em parceria com o município”, afirmou.

Alagamento no Centro de São Carlos — Foto: Arquivo Pessoal

Solução custa R$ 700 milhões

De acordo com a prefeitura, o processo para São Carlos voltar ao normal e se livrar do problema recorrente dos alagamentos tem duas grandes etapas: a primeira é reparar os estragos deste começo de ano e a segunda é segunda é conseguir verbas para as obras de infraestrutura que são necessárias para a prevenção de enchentes.

Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, o prefeito Airton Garcia (PSB) afirmou que o problema das enchentes na cidade não será resolvido enquanto um projeto de R$ 700 milhões não for executado.

Segundo Garcia, a prefeitura vem fazendo partes do projeto que são viáveis ao cofre municipal nos últimos anos, principalmente em situações de emergência, mas elas não são suficientes e somente o plano de autoria do professor da Universidade de São Paulo (USP) Swami Marcondes Villela é a solução para conter as enchentes, principalmente na região central da cidade.

“Só ‘fateazinhas’ do projeto, é o que a gente, não só eu, como outros prefeitos também fizeram, pequenas coisinhas, mas pequenas coisinhas não resolvem, amenizam 1%, 0,5%, mas o problema continua”, disse.

O prefeito disse ainda que o motivo do projeto não sair do papel é unicamente “financeiro”.

Prefeito de São Carlos afirma que enchentes não vão acabar sem projeto de R$ 700 milhões — Foto: Gabrielle Chagas/G1
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