Delegacia de Defesa da Mulher segue investigando caso de estupro em Araras, SP

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O homem acusado nega e deu outra versão à autoridade policial.

Após ser vítima de um estupro em Araras (SP), na madrugada de quarta-feira (14), uma faxineira de 29 anos que preferiu não se identificar está tendo que lidar com a difamação na internet e com a preocupação com a família do agressor que está sendo ameaçada.

“Estão acabando com o psicológico dos dois lados, me acusando de ser garota de programa e fazendo ameaças à família dele. Ele errou, tem que pagar, mas a família dele não, já está pagando de ver o pai preso. Eu vou guardar isso para o resto da minha vida, é uma marca que nunca vai sumir, mas eu não posso ter raiva da esposa”, afirmou.

Culpa

A vítima contou que foi procurada pela família do agressor, que a principio a questionou sobre a sua vida e sobre as suas atitudes na noite do crime.

“Perguntaram o que eu estava fazendo na rua, se era eu viciada em drogas ou se era garota de programa. No meu ponto de vista eles queriam achar uma brecha para ele poder se safar”, afirmou a mulher.

Segundo ela, a esposa do suposto agressor pediu perdão. “Eu só consegui dar um abraço nela e falar para ela que ela não é culpada. A família dele e a minha não tem culpa. A minha família está em choque, meu filho sofre chacota na escola. A filha dele também não está indo para a escola, a esposa não come, está todo mundo acabado”, disse.

A vítima disse ainda que as agressões vêm de pessoas desconhecidas. “É gente que não sabe e que ouviu aqui, ali e acaba comentado. Falaram que eu era amante, que queria vingar da mulher dele e da família. Depois disseram que era um programa que não foi pago. São pessoas que não sabem que eu corri três quarteirões nua e descalça para conseguir ajuda”, declarou.

A vítima disse que não conhece as pessoas que a acusaram de ser amante e garota de programa. Ela também não vê a hora de os comentários pararem. “Ninguém da internet chegou a me ameaçar, mas queria que pareassem de ameaçar a família dele porque elas não merecem. Eu espero que ele pague pelo que ele fez”, afirmou.

Durante a entrevista, a mulher se emocionou várias vezes, principalmente quando falou de como irá seguir a vida.
“Ando pelo bairro, sinto todo mundo olhando, não tenho coragem de ir ao Centro porque não sei se está todo mundo sabendo. Só hoje eu tive coragem de olhar na cara da minha mãe porque eu estou com vergonha, o povo faz você se sentir culpada do que aconteceu”, afirmou.

O crime

A mulher de 29 anos foi abordada pelo suposto agressor por volta das 3h30 na Avenida Dona Renata, voltando da casa de uma amiga. Segundo ela, o homem passou de carro por duas vezes. Na terceira, parou e perguntou se ela garota de programa. Diante da negativa, ele a teria agarrado pelos cabelos e a obrigado a entrar no carro.

Ela contou que dentro do carro ele a elogiava e perguntava porque estava sozinha. “Eu não conseguia responder nada para ele, fiquei completamente calada”. Ela contou que chegou a cruzar com carros de polícia, mas não conseguiu gritar pedindo ajuda, paralisada pelo pânico. “Eu achei que eu ia morrer. Eu tinha certeza do estupro, mas eu achei na hora que eu ia morrer, que eu não ia sair dali mais”, afirmou.

A vítima contou que o homem a levou para um estacionamento afastado onde a tirou do carro e a estuprou. Ela chegou a ficar desacordada em alguns momentos devido a dois “mata-leão” que ele teria dado em seu pescoço.

Ela não sabe dizer quanto tempo ficou com o homem, mas ainda durante o ato ela conseguiu chutá-lo na perna e fugir, correndo nua da cintura para baixo. Ela chegou a olhar para trás, viu o homem entrar no carro e temeu ser perseguida. A mulher foi socorrida por um mototaxista, que ligou para a polícia e para a ambulância.

Antes de ser levada para o hospital, os policiais a levaram para o local do crime, onde as roupas e os chinelos foram encontrados. No hospital ela ficou sabendo que um suspeito tinha sido preso e que o celular dela foi encontrado no carro dele.

O homem acusado nega e deu outra versão à autoridade policial. Ele disse em depoimento que estava passeando de carro na madrugada, quando a acusadora lhe pediu carona.

A vítima contou ao delegado de Polícia que sofreu golpes e ficou desacordada até que retomou os sentidos. Foi nesse momento que percebeu que estava sendo abusada sexualmente. Ela relata que conseguiu se livrar do agressor e saiu correndo.

Em sua versão à Polícia o acusado rebate e diz que parou para “ir ao banheiro” e acusa a moça de ter feito o uso de drogas, acusando-a ainda de arrancar a roupa e sair correndo.

A faxineira foi levada, então, ao Hospital São Luiz, onde foi submetida a exame e foi constatada que ela teve relação sexual recentemente. O exame apresentava ‘lesões características de abuso sexual’. A vítima foi levada ao IML (Instituto Médico Legal) e durante entrevista exclusiva para nossa reportagem, declarou – oficiosamente – que “o laudo prévio confirmou o estupro”. O resultado ainda final não foi divulgado.

O caso está sendo investigado pela DDM – Delegacia de Defesa da Mulher.


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