Delegado se passa por “irmão” e prende pastor foragido há 12 anos

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O pastor Josenildo Severo de Andrade, de 37 anos, foragido desde 2011 por suposto homicídio em Pernambuco, foi capturado nesta semana em SP.

Foragido da Justiça, o pastor Josenildo Severo de Andrade, de 37 anos, havia combinado de receber um novo fiel na sua igreja, em Itaquaquecetuba, na Grande de São Paulo, na noite da última segunda-feira (30/1).

Com a promessa de dar o testemunho de como saiu da vida do crime, as palavras do irmão pegaram o religioso de surpresa: “Em nome de Deus, preciso ser sincero: meu nome não é Augusto. Eu sou delegado de polícia e o senhor está preso”.

Quem descreve o episódio é o delegado Akhenaton Nobre, da 1ª Delegacia de Capturas da Polícia Civil de São Paulo, responsável por dar voz de prisão e algemar o pastor foragido.

O motivo: Josenildo é acusado de matar uma pessoa e tentar assassinar outra em Vicência, cidadezinha de 32 mil habitantes no interior de Pernambuco, e estava foragido da Justiça havia 12 anos. Segundo a polícia, ele alega legítima defesa.

Para capturá-lo, os investigadores de São Paulo se infiltraram na igreja, participaram de culto ministrado por outras pessoas e tentaram ganhar a confiança de pastores da denominação.

Na semana anterior à prisão, o delegado Akhenaton Nobre também conseguiu o WhatsApp de Josenildo, trocou uma série de mensagens com o pastor e acabou convidado para ir à igreja, para participar do curso de Teologia, conduzido por ele. Semanal, o evento ocorre sempre às 19h.

“Falei para ele que o irmão Vitor, um nome fictício, tinha dado uma palavra pra mim, mostrado o culto na internet e, em razão disso, minha vida deu uma guinada e me tirou do crime”, conta o delegado. “E, como eu havia me mudado agora para Itaquaquecetuba, queria conhecer ele presencialmente.”

A acusação

Segundo a polícia, Josenildo responde pelos crimes de homicídio qualificado, por motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O caso aconteceu no dia 9 de janeiro de 2011.

Na ocasião, o pai de Josenildo estava em um bar, na zona rural de Vicência, onde tentou flertar com uma mulher que preferiu sair com outro rapaz. Recusado pela pretendente, o homem foi chamar o filho em casa, de acordo com a acusação.

Armado com facas, de 15 e 18 centímetros, pai e filho atacaram o rapaz – ele sofreu lesões graves, mas sobreviveu aos golpes. Um tio da vítima tentou socorrê-lo, acabou esfaqueado e morreu.

Josenildo teria fugido para São Paulo desde então, onde levaria uma “vida normal”, segundo os investigadores.

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