Demissões de professores viram rotina em universidades de São Paulo

empty classroom view
PUBLICIDADE

Para reverter as demissões, na quarta-feira (1º) o sindicato entrou com ação no Tribunal Regional do Trabalho. 

Por Bruno Oliveira, Lucas Schroeder e Thiago Felix, da CNN, em São Paulo

Em menos de 10 dias, mais duas universidades particulares de São Paulo demitiram uma grande quantidade de professores. Depois da Uninove, que em 22 de junho mandou embora cerca de 300 professores, na semana passada foi a vez das universidades Cruzeiro do Sul e São Judas Tadeu tomarem medidas semelhantes.

De acordo com o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), cerca de 120 professores foram demitidos da Universidade Cruzeiro do Sul na última segunda-feira (29), o que representa cerca de 30% do corpo docente. Para reverter as demissões, na quarta-feira (1º) o sindicato entrou com ação no Tribunal Regional do Trabalho. 

Um dos professores demitidos, que por medo preferiu não se identificar, disse que os profissionais desligados receberam a seguinte carta da universidade:

“As atividades estavam acontecendo normalmente e a universidade não dava sinais de que demitiria parte do corpo docente. Fiquei muito triste por ser mandado embora.”, contou o professor. 

Ainda segundo o sindicato, a Cruzeiro do Sul é mais um exemplo de demissão massiva decorrente de uma reestruturação, e que a pandemia está servindo de laboratório para a aceleração desse movimento, que é sustentado no enxugamento da folha de pagamentos e dos serviços e aumento das margens de lucro, em detrimento da qualidade de ensino. 

Já sobre a Universidade São Judas, o SinproSP disse que 74 professores, das unidades de São Paulo, Santos e Guarulhos, foram desligados. Por meio de nota, a instituição garantiu que “o número de desligamentos foi abaixo do que nos semestres passados’.

“Justamente porque fizemos um exercício para preservar o emprego, cientes e preocupados com o momento delicado em que estamos vivendo. Além disso, a São Judas está finalizando o semestre com um processo de contratação: oito coordenadores regionais, vinte e três coordenadores de cursos, além de um edital com 69 vagas para professores Tempo Integral e Tempo Parcial.”

“A instituição informa ainda que a cada encerramento de semestre letivo há movimentações no corpo docente, tendo em vista que é um momento de planejamento de turmas dos cursos existentes e lançamento de novos cursos nas unidades acadêmicas, afirmou a Universidade São Judas.

Também por meio de nota, a Universidade Cruzeiro do Sul disse que tem evitado tomar medidas mais drásticas, mesmo sofrendo com o aumento expressivo da inadimplência e da evasão, resultados do impacto da pandemia no emprego e na renda de seus alunos e famílias.

Mas o agravamento e prolongamento da crise econômica, somados às incertezas quanto ao próximo semestre, levaram o grupo a adotar uma adaptação de custos, “inclusive e inevitavelmente de pessoal, de modo a manter e preservar minimamente a saúde financeira, a qualidade de sua operação e a pontualidade dos seus compromissos, assim como – e principalmente – os milhares de empregos que continuarão a ser gerados em um futuro que se espera próximo e melhor”, disse.

A Cruzeiro do Sul Educacional diz que “reconhece e agradece a valiosa contribuição dos colaboradores que estão, neste momento difícil para todos, sendo desligados”. “Ao mesmo tempo, tem a certeza de que continuará a desenvolver o projeto com ainda mais afinco, assim como tem realizado ao longo dos últimos 55 anos, para que este momento excepcional seja breve e que a retomada seja vigorosa, bem como demande um número muito maior de contratações”, afirmou.

Íntegra do posicionamento da Universidade São Judas


A Universidade São Judas informa que o número de desligamentos foi abaixo do que nos semestres passados. Justamente porque fizemos um exercício para preservarmos o emprego, cientes e preocupados com o momento delicado em que estamos vivendo. Além disso, a São Judas está finalizando o semestre com um processo de contratação: oito coordenadores regionais, vinte e três coordenadores de cursos, além de um edital com 69 vagas para professores Tempo Integral e Tempo Parcial. 

A instituição informa ainda que a cada encerramento de semestre letivo há movimentações no corpo docente, tendo em vista que é um momento de planejamento de turmas dos cursos existentes e lançamento de novos cursos nas unidades acadêmicas. Vale reforçar que é um processo que envolve, também, a abertura de novas vagas para o corpo docente e oportunidades de promoções a partir desta dinâmica que se configura em uma instituição de ensino superior.

Ressaltamos que seguimos investindo na capacitação e desenvolvimento de nossos educadores para qualificar ainda mais a relação de ensino e aprendizagem, além de nos mantermos atentos aos novos talentos, valorizando o papel transformador dos professores na sociedade, e preservando ao máximo o emprego, cientes e preocupados com o momento delicado em que estamos vivendo.

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT