A destruição da Amazônia pode levar 12 milhões de brasileiros ao calor extremo. As temperaturas máximas na região, segundo simulações, poderiam ficar acima dos 40ºC na sombra em pelo menos 7% dos dias do ano no final deste século, podendo ultrapassar os 46ºC.
Parte da Amazônia já trocou uma vegetação de floresta por uma com plantas rasteiras, a chamada “savanização”. Com o desmatamento batendo recordes no Brasil, o Ministério da Economia ainda pediu para o Ministério do Meio Ambiente avaliar a possibilidade de afrouxar 14 regras ambientais a partir de “dificuldades listadas pelo setor privado”.
Até o momento, em toda a Amazônia, já foram desmatados mais de 1 milhão de km² (18%). Outra porção quase idêntica (17%) se encontra em vários estágios de degradação.
Mas a destruição do chamado “pulmão do mundo” pode custar a vida de milhões de brasileiros. Um estudo publicado nesta sexta-feira (1º) por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP) mostra que a destruição da floresta pode levar 12 milhões de brasileiros ao calor extremo. As temperaturas máximas na região, mostram as simulações, poderiam ficar acima dos 40ºC na sombra em pelo menos 7% dos dias do ano no final deste século, podendo ultrapassar os 46ºC.
Um aumento de temperatura nesse patamar, mostram os pesquisadores, tem efeitos diretos na saúde humana.
“O estresse causado por exposição ao calor excessivo pode ser extremamente perigoso para humanos, incluindo o aumento do risco de condições intoleráveis para trabalhos na sombra e risco intenso de doenças causadas pelo calor”, diz o estudo.
Para além dos riscos para a saúde, que diminuiriam a capacidade de trabalho e de sobrevivência de uma população que, em muitos casos, já tem dificuldades para viver, uma mudança nesse nível tem impactos diretos na capacidade econômica da região.
Dentre os milhões de pessoas que podem ser afetados em todo o país, 42% residem em municípios do Norte do país, região que apresenta baixa capacidade de resiliência e alta vulnerabilidade social.
Fontes: CNN Brasil e g1