Infectologista, professor da UFMS e pesquisador da Fiocruz, Julio Croda, falou à CNN sobre o cenário pandêmico no Brasil nas próximas semanas.
Atualmente, muito se discute sobre a possibilidade de a variante Ômicron indicar o fim da pandemia do coronavírus, entretanto, de acordo com o infectologista, professor da UFMS e pesquisador da Fiocruz, Julio Croda, mais importante do que a característica de uma variante, é a cobertura vacinal em todo o mundo.
Em entrevista à CNN, nesta segunda-feira (24), o infectologista falou sobre a importância da vacinação contra a Covid-19 e o equilíbrio de imunização entre todos os países, especialmente os mais pobres.
“Não é a Ômicron em si que traz o retrato da fim da pandemia, e sim as coberturas vacinais em todo o mundo. Nós atingimos 50% da população mundial vacinada, nós temos baixas coberturas apenas no continente africano e parte do sul asiático. Então, é possível a gente pensar no fim da pandemia quando igualar a cobertura vacinal, principalmente nos países mais pobres”, disse o pesquisador.
Julio Croda reiterou que “a vacina é nossa grande arma para tornar os casos menos letais e com menos necessidade de serviços de saúde, principalmente internações nos leitos de enfermaria e unidades de terapia intensiva”.
À CNN, o pesquisador da Fiocruz falou sobre o cenário pandêmico no Brasil nas próximas semanas. Segundo Croda, o país ainda viverá um pico de contaminações no mês de fevereiro, mas a tendência é de que haja um declínio até março.
“Se a gente compara com outros países, temos uma elevação muito rápida no número de casos que dura de 4 a 6 semanas. Esse aumento de casos no Brasil ocorreu – principalmente em São Paulo e Rio – a partir da primeira semana de janeiro, então a gente espera até no máximo a segunda semana de fevereiro atingir o pico em relação à variante Ômicron, e a partir daí mais quatro ou seis semanas de queda”, explicou.