Somente em 2019, foram notificados 24.130 casos de sífilis em bebês com até um ano de idade no Brasil. As consequências da sífilis em bebês são terríveis, e incluem cegueira, surdez, problemas neurológicos e até a morte.
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que pode levar à morte se não for tratada a tempo. É especialmente perigosa se a pessoa infectada for uma gestante. Se não for tratada precocemente, pode comprometer vários órgãos como olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso.
A sífilis congênita (quando a infecção é transmitida da mãe para o feto durante a gestação ou no parto) pode provocar complicações como parto prematuro, aborto espontâneo, cegueira, surdez, má-formação e morte na hora do nascimento.
O ideal é que a mãe tenha um bom pré-natal e receba o tratamento adequado para evitar problemas graves. Mesmo sendo uma doença grave, mas com tratamento para gestantes não contaminarem o feto, o Brasil, infelizmente, tem números elevados de casos de sífilis em bebês.
Somente em 2019, foram notificados 24.130 casos de sífilis em bebês, a maioria dos quais (44,6%) residiam no Sudeste. Depois, vinham as regiões Nordeste (26,3%), Sul (13,7%), Norte (9,2%) e Centro-Oeste (6,1%). Os dados são do Boletim Sífilis de 2020, divulgado pelo Ministério da Saúde.
De 1998 a junho de 2020, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 236.355 casos de sífilis congênita em bebês de até um ano de idade, dos quais 105.084 (44,5%) eram residentes na região Sudeste, 70.478 (29,8%) no Nordeste, 27.269 (11,5%) no Sul, 20.159 (8,5%) no Norte e 13.365 (5,7%) no Centro-Oeste.
Em 2019, observou-se uma taxa de incidência de 8,2 casos/1.000 nascidos vivos no Brasil, com a maior taxa na região Sudeste (9,4 casos/1.000 nascidos vivos), seguida da região Sul (8,3 casos/1.000 nascidos vivos), ambas acima da taxa nacional.
Os maiores percentuais de casos de sífilis congênita em 2019 ocorreram em crianças cujas mães tinham entre 20 e 29 anos de idade (55,1%), seguidas daquelas nas faixas de 15 a 19 anos (22,3%) e de 30 a 39 anos (17,6%). As consequências da sífilis em bebês são terríveis, e incluem cegueira, surdez, problemas neurológicos e até a morte.
Em 2019, do total de 24.253 casos, houve 23.864 (98,4%) casos de sífilis congênita em neonatos (até 28 dias de vida), dos quais 23.396 (96,5%) foram diagnosticados na primeira semana de vida. Quanto ao diagnóstico final dos casos, observou-se que 93,5% foram classificados como sífilis congênita recente, 3,7% como aborto por sífilis, 2,5% como natimorto e 0,2% como sífilis congênita tardia.
Durante a gravidez, o mais importante é que a gestante siga um pré-natal e receba o tratamento adequado. Quanto antes for diagnosticada a doença, mais chances os bebês têm de sobreviverem e de não apresentarem sequelas. Para baixar o relatório do Ministério da Saúde, clique aqui.