Em carta, número 1 do PCC ameaça matar promotor caso seja transferido de São Paulo

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Promotoria pediu à Justiça transferência de Marcola e outros 14 presos da facção.

Duas mulheres foram presas na tarde deste sábado (8) após serem flagradas deixando a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, com cartas contendo ordens dos chefões do PCC (Primeiro Comando da Capital) para o assassinato de duas pessoas, entre elas um promotor de Justiça.

De acordo com as mensagens, essas mortes devem ocorrer caso a transferência dos chefes da facção para presídios federais se concretizem nos próximos dias – entre eles o líder do grupo, Marco Camacho, o Marcola.

A Justiça já autorizou, em novembro, a transferência para presídios federais dos ribeirão-pretanos Nenê do Simioni e Rogério Taschini.

Segundo Operação Echelon, deflagrada pelo Ministério Público e Polícia Civil em junho, ambos alcançaram o comando máximo dos estimados 30 mil integrantes do PCC em 2017, quando Marcola estava isolado no presídio de Presidente Bernardes pelo RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).

O alvo principal do ataque previsto nas cartas seria o promotor Lincoln Gakiya, responsável pelo pedido de transferência dos integrantes do PCC e que investiga há anos o crime organizado.

Foi Gakiya, inclusive, quem referendou pedido da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) para transferência de Nenê do Simioni a um presídio federal.

“Evidente se tratar de requerido com função de liderança e participação de forma relevante em organização criminosa, que se enquadra nas hipóteses que dão ensejo à inclusão e transferência para estabelecimento penal federal de segurança máxima”, apontou Gakiya em despacho considerado pela Justiça ao determinar a transferência de Nenê.

Na decisão que determinou a transferência de Nenê, o juiz titular da 5ª Vara das Execuções Criminais Central considerou “o perfil de alta e incomum periculosidade do detento, situação peculiar que determina a sua remoção para unidade prisional especial, já que inviável sua permanência em presídio comum da rede estadual”.

O outro alvo de execução pelo PCC, segundo as cartas apreendidas, seria um dos coordenadores da SAP na região de Presidente Venceslau, onde estão reunidos esses criminosos.

Uma das mensagens foi apreendida com a mulher do preso que divide cela com Marcola, o que leva as autoridades a acreditarem que partiu do próprio chefão do PCC essa ordem de ataque.

Nenê do Simione é apontado, pelo Ministério Público na denúncia da Operação Echelon, como liderança máxima do PCC (Foto: Reprodução)

Escolta
Segundo informações de pessoas ligadas ao promotor, Gakiya recebeu reforço de escolta desde a noite de sábado (8).

A reportagem apurou que serviços de inteligência do governo paulista já tinham detectado ordem semelhante em conversas de presos do PCC.

O promotor pediu a transferência dos chefes da facção após um plano de resgate ser detectado pelo setor de inteligência da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) de São Paulo.

O pedido seria feito em conjunto com os secretários da Segurança, Mágino Alves Barbosa Filho, e da Administração Penitenciária, Lourival Gomes. Com o recuo da gestão Márcio França (PSB) nesse acordo, Lincoln acabou fazendo a solicitação sozinho e aguarda decisão da Justiça.

Pelo plano descoberto, a ideia dos criminosos era usar um exército de mercenários para arrebatar os presos dessa unidade, incluindo Marcola.

Em razão dele, a Polícia Militar enviou para Venceslau um grande aparato policial, incluindo tropas de elite, como Rota e COE (operações especiais).

Os detalhes desse possível resgate tornaram-se públicos pelo deputado federal e senador eleito Major Olímpio (PSL) que desde a semana passada também passou a andar sob escolta armada após de serviços de inteligência do governo também detectarem risco de ataque contra ele.

(Reportagem da Folhapress, com informações de ACidade ON relativas a Nenê do Simioni e Rogério Taschini)


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