Ele foi levado à delegacia e houve registro de boletim de ocorrência.
Por Fernando Jacomini, G1 Piracicaba e Região
Um empresário foi autuado por desacato e desobediência, em Cosmópolis (SP), após ser abordado por não usar a máscara na fila de uma agência bancária. O homem foi multado e chegou a ser levado para a delegacia e disse que sente repulsa pela corporação. “Tenho nojo dessa gente”, opinou.
O descumprimento ao decreto estadual de uso obrigatório da máscara – medida para evitar a contaminação pelo novo coronavírus – aconteceu na quinta-feira (6), na Avenida Estér, Centro da cidade.
Na gravação feita por um dos guardas, já alguns minutos após a abordagem, João Paulo Suanes, de 37 anos, tira a proteção do rosto e desafia os servidores a registrarem uma foto dele. “Os guardas municipais daqui são uma piada. Se fossem tão competentes, tinham entrado na Polícia Militar”, diz a outras pessoas que estão na fila.
O homem continua enfrentando os servidores de segurança pública. “Quem está se arriscando sem máscara? Sou eu, p…”, grita.
Após um guarda responder que o empresário está colocando em risco a saúde de outras pessoas também, Suanes debocha. “E se as pessoas ao redor estivessem sem máscara, e aí? É uma questão de lógica, eu estava fumando”.
Em outro trecho da gravação, o empresário admite que chamou um dos fiscais de “guardinha incompetente”. Ele foi levado à Delegacia de Cosmópolis, onde continuou resistindo ao uso da máscara, segundo imagens divulgadas pela GCM.
Os guardas registraram um boletim de ocorrência, em que são citadas outras palavras de baixo calão ditas pelo empresário. Ele vai responder por desobediência, desacato e resistência.
Empresário afirma ter repulsa dos agentes
O empresário, que mora em São Paulo (SP), disse que respeita a lei e que não fazia o uso da máscara porque estava fumando. Ele relatou que as ofensas aos agentes ocorreram por conta desentendimento pessoal com a corporação. “Eu tenho uma aversão a essa gente, a esse povo. Tenho nojo dessa gente”, acrescentou.
Suanes também disse que a abordagem não devia ter ocorrido da maneira que ocorreu, e que os guardas atuam acima da lei.
“Eu falei que eles não são policiais, porque eles se acham policiais. Existe uma diferença de ser polícia e se dizer polícia. Não tinha necessidade a forma que fui abordado. Eu estava na fila do banco, do lado de fora”, relatou.
Guarda diz que defende liberdade de expressão
Juliano Vilalba, guarda municipal que filmou a confusão, disse que o autor do desacato já não fumava quando foi abordado e que foi orientado a colocar a máscara no rosto. No entanto, de acordo com o agente, o empresário disse que não ia usar a proteção.
Vilalba também afirmou que não levou a ofensa para o pessoal e que defende a liberdade de expressão das pessoas, desde que ela seja exercida com respeito.
“A posição que ocupamos frente à sociedade nos remete muitas vezes a esbarrar na falta de informação de parte da população e , infelizmente, na falta de educação de pessoas como a do cidadão, que faltou com o respeito junto a um agente que estava ali apenas fazendo cumprir a lei”, acrescentou o guarda.
