Engenheiro morto foi identificado pela digital em Brumadinho, MG

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Corpo de Marcelo chegou na Baixada Santista, nesta segunda-feira (28). Ele tinha 46 anos e trabalhava para uma empresa terceirizada da Vale.

O engenheiro Marcelo Alves de Oliveira foi uma das vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho (MG). Nascido em Santos, no litoral de São Paulo, ele foi morar na cidade mineira com a esposa há alguns meses para trabalhar em uma obra de uma terceirizada da Vale. O corpo de Marcelo chegou na Baixada Santista na tarde desta segunda-feira (28).

Marcelo completou 46 anos no dia 9 de janeiro, último dia que a irmã dele, Marcia Alves de Oliveira Dias, conversou no telefone com o irmão mais velho. “Ele era um menino guerreiro e batalhador. Era engenheiro, pagou os estudos, era o sonho dele se formar em engenharia. Ele estava atuando em uma terceirizada da Vale. Estava todo feliz”, afirma Marcia.

Segundo a família, Marcelo trabalhava em uma obra na região da barragem e morava na mesma região com a esposa. Ele morou durante vários anos na Área Continental de São Vicente e tinha residência em Praia Grande.

Quando soube do desaparecimento do marido, na última sexta-feira, a esposa dele ligou para a família, na Baixada Santista. Ela foi a última a falar com Marcelo, por volta das 11h50 de sexta-feira, por mensagens no celular. O corpo de Marcelo foi encontrado somente na tarde de sábado (26).

“Reconheceram através da digital. O enterro vai ser com caixão lacrado. É triste. Um menino dedicado, não passou o Ano Novo com a gente porque tinha que trabalhar. Sempre que ele podia ele vinha pra cá, sempre que tinha uma folga ele vinha para a Baixada. Minha cunhada falou que ele morreu feliz porque estava na profissão dele”, diz.

A família está abalada e revoltada. A irmã do engenheiro não se conforma com o rompimento da barragem em Brumadinho. “Eles fizeram um refeitório próximo da área que tinha riscos. Como pode isso? A pousada também. A Vale não viu? Não é o primeiro acidente. eles tinham que prevenir para não acontecer novamente”, desabafa.

O corpo de Marcelo foi de avião até São Paulo e chegou em São Vicente na tarde desta segunda-feira. O velório e o enterro irão ocorrer ainda durante a tarde, no Cemitério Cemitério Campo da Paz Celestial, na Área Continental de São Vicente.

Marcia e o irmão Marcelo, que morreu após o rompimento da barragem em Brumadinho — Foto: Arquivo Pessoal

Rompimento

O rompimento da barragem ocorreu no início da tarde de sexta-feira (25). Os rejeitos atingiram a área administrativa da Vale, inclusive um refeitório, e parte da comunidade da Vila Ferteco. Até a tarde desta segunda-feira (28), o Corpo de Bombeiros havia confirmado a morte de 60 pessoas. Destes, 19 foram identificados. Há também uma lista de pessoas desaparecidas e uma lista com pessoas resgatadas vivas.

Segundo Fábio Schvartsman, presidente da empresa, vazaram 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos – na tragédia de Mariana, há 3 anos, foram 43,7 milhões. A barragem que rompeu não era usada há três anos. Ainda não há informação sobre a causa do rompimento.

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