Estelionatários usam nomes de revendedoras de carro para aplicar golpes no interior de SP

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Praticamente todos os dias os donos dessas lojas recebem ligações ou mesmo a visita de pessoas que vem de outras cidades atrás dos veículos que estão negociando.

Criminosos estão usando nomes de revendedoras de veículos de Mococa (SP) para causar prejuízos a compradores de carros. Das 22 revendedoras de veículos usados da cidade, ao menos seis já foram vítimas do mesmo golpe.

Praticamente todos os dias os donos dessas lojas recebem ligações ou mesmo a visita de pessoas que vem de outras cidades atrás dos veículos que estão negociando.

O delegado Mauro Bacci disse que recebe a denúncia, mas encaminha o caso para a cidade onde está o golpista que recebeu o dinheiro da falsa venda. “O estelionato se consuma no lugar onde houve a vantagem obtida pelo criminoso. Nos casos em que lojas daqui foram envolvidas, créditos foram feitos em contas de São Paulo, Cuiabá (MT) e Salvador (BA)”, disse.

O golpe

O golpe começa com o anúncio em um site de buscas. A vítima vai atrás de um veículo usado e acaba atraída pelo preço sempre abaixo da média praticada pelo mercado.

Ao pesquisar sobre a revendedora, a vítima acessa um site falso. Mas para dar veracidade ao golpe, há fotos da fachada da loja e até o CNPJ, só que de uma empresa que não tem nada a ver com a venda.

“Geralmente a pessoa entra no site de buscas, tem o primeiro contato com um telefone fixo que não é o nosso, depois é direcionada para um telefone celular para ter conversas pelo WhatsApp, envio de documentação dos dois lados. Em seguida, quando a pessoa faz o depósito ou comunica que está indo ver o bem, é bloqueada”, explicou o comerciante Fábio Garatini.

Ele contou que recebe de 20 a 30 ligações por dia. “Aos finais de semana, o pessoal vem até a loja para conferir”, disse o comerciante. O comerciante Luiz Alberto Barbosa está no mercado de venda de carros usados há 45 anos e disse que nunca anunciou carro na internet. Ele está processando o site de buscas.

Os comerciantes dizem que há ao menos outros 13 colegas que enfrentam o mesmo problema. Jairo Roque Jayme disse que nos últimos cinco anos registrou dezenas de boletins de ocorrência.

O empresário acabou saindo da sociedade que tinha e abriu outra com nome diferente. “Na nova empresa que abri em 2013, me dei o luxo de não usar telefone fixo. Nos últimos sete anos que estou nessa loja não tive mais problemas”, disse.

O advogado de um dos lojistas, Edson Bujato alerta para os sinais de uma venda falsa. “Se você vê que o bem está abaixo do preço de custo, desconfie, não faça pagamentos porque você está assumindo o risco de perder tudo”, afirmou.

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