Ex-governador Márcio França criticou a atuação da atual gestão e afirmou que João Doria ‘acelera, mas não engata a marcha’ do Estado

PUBLICIDADE

Ele questionou o número de hospitais de campanha criados e que, muitas vezes, nem foram usados.

O ex-governador de São Paulo Márcio França criticou a demora do governo estadual em tomar medidas contra a Covid-19. “Em outubro de 2019 eu comprei uma caixa de máscaras. Minha mulher brincou com meus filhos que eu estava ficando louco. Era evidente que estava na China, iria chegar na Europa e depois no Brasil. Mas, em fevereiro, promoveram o maior Carnaval do século.

Não cumpriram quarentena em Cumbica, já que praticamente estrangeiro só entra em Brasil por lá. Tinha que fazer fechamento lá no início, aplicar o controle individual de casa em casa, feito em vários países.” Para ele, uma quarentena “sem muita noção” resulta no prolongamento da pandemia. “Só existe fechamento em algumas atividades. Em qualquer periferia está tudo aberto.

O governador acelera, mas não engata a marcha”, afirmou. “A pessoa passa por muitas humilhações, mas ver filho passando fome ninguém suporta.”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, França defendeu que governadores e prefeitos deveriam complementar o auxílio emergencial de R$ 200 do governo federal e tirar o ICMS da luz e telefone dos comerciantes. Para fomentar o caixa, ele deu como sugestão a antecipação de impostos, como o IPVA.

“Dá para viver com R$ 600, R$ 700. É apertado, mas dá para comer. Se não houver saída, a pessoa acaba desesperada e precisa ir trabalhar. Eles não tem outra alternativa”, avaliou. Sobre a CPI da Covid-19, que também vai investigar decisões de Estados e municípios, ele avalia que a comissão nunca é “uma coisa muito positiva no ponto de vista de ajudar o governo” e costuma mais atrapalhar porque causa tensões.

Ele questionou o número de hospitais de campanha criados e que, muitas vezes, nem foram usados. “Defendi que o prefeito Bruno Covas usasse os recursos deles para os prédios abandonados de hospitais parados. Pelo menos deixaria um legado.”

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT