“Falei ‘senhor’, ele já surtou, falou que ‘senhor’ é uma palavra muito feia e me deu um soco no queixo”, diz vítima

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Agressor responde a pelo menos outros 10 processos, que se tornaram 11 após o episódio.

Um homem foi preso após cometer uma série de agressões e homofobia em um instituto de beleza em Praia Grande, no litoral de São Paulo. O agressor praticou crimes de dano, injúria, ameaça e lesão corporal no atentado contra um cabelereiro da escola de beleza. O homem já respondia a pelo menos outros 10 processos em liberdade.

O coordenador pedagócido do Instituto, Vitor Hugo de Oliveira, foi vítima de agressões e homofobia. Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo, o profissional conta que o agressor entrou no Instituto perguntando se poderia cortar o cabelo a uma mulher, mas ela não tinha horário. Então, pediram para o agressor verificar a disponibilidade de cortar o cabelo com Vitor.

“Falei ‘senhor’, ele já surtou, falou que ‘senhor’ é uma palavra muito feia e me deu um soco no queixo”, relembra. Na sequência, Vitor solicitou que o agressor se retirasse do local, o que não aconteceu. Ele relata que o homem disse que, se a polícia fosse acionada, ele voltaria ao local para matar o coordenador do Instituto.

Vitor conta ainda que o agressor pegou uma vassoura, começou a quebrar os espelhos, depois continuou “o quebra quebra” utilizando o pedestal de uma lousa. Em meio às agressões, ele também deu uma vassourada em Vitor, que ressalta que também sofreu homofobia por parte do homem.

“Fazia gestos obscenos me mandando pegar em certos lugares, dizia que iria me matar e que eu tinha que morrer. Foi algo que eu realmente nunca passei na minha vida,” relembra Vitor.

Além de todo o caos instaurado, o coordenador do Instituto pontua que o agressor também ameaçou alunas presentes no local. Elas teriam conseguido se trancar em uma sala, que não foi invadida, apesar das diversas tentativas. “A gente espera que ele não saia mais da cadeia. As marcas no corpo elas somem com o tempo, mas a psicológicas não.”

O que diz a Lei

A advogada Amanda Mesquita disse, em entrevista à TV Tribuna, que o crime de homofobia é legalmente colocado como crime de racismo. Dessa forma, o agressor cometeu crime de injúria racial ao proferir ataques homofóbicos.

Mesquita ressalta que o agressor já tinha várias passagens pela polícia antes do ataque ao Instituto, e que ele deve responder por novos crimes, como dano, injúria, ameaça e lesão corporal, cometidos na escola de beleza.

“Ele tem passagem por violência doméstica e agrediu a própria mãe, estava em livramento condicional porque ele tem cerca de 10 processos. 11 com esse novo”, explica a advogada. Após o crime no instituto, o agressor foi preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva.

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