Falta de denúncia é desafio no combate à violência doméstica, afirma delegada

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Delegacia em Santa Bárbara d’Oeste registrou três feminicídios em 2017; projeto de educação nas escolas é alternativa avaliada pelas autoridades

A gente luta para que a questão da violência doméstica não seja tratada só na delegacia”. A afirmação é da delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Santa Bárbara d’Oeste (SP), Olívia dos Santos Fonseca. Ela disse que a falta de informação sobre a Lei Maria da Penha é um dos desafios no combate a esse tipo de crime.

Em 2017, Santa Bárbara d’Oeste registrou três feminicídios, ou seja, homicídios contra a mulher por questão de gênero. O primeiro foi dia 3 de setembro, quando Bruna Rodrigues Gusmão Dessordi, de 19 anos, foi morta a facadas. O principal suspeito é um jovem de 25 anos que “ficava” com ela.

O segundo caso foi cinco dias depois, em 8 de setembro. Na época, um policial militar confessou ter atirado e matado a balconista Lorena Aparecida dos Reis Pessoa, de 19 anos. Eles tinham um relacionamento, segundo o relato do próprio suspeito.

O terceiro caso foi o da vendedora Adriana Oliveira Silva, de 40 anos, que morreu estrangulada pelo marido, de 26 anos. Ele próprio acionou o socorro depois de passar a madrugada ao lado do corpo ferido dela. O crime aconteceu dia 25 de novembro.

De acordo com Olívia, os três casos têm algo em comum: “nenhuma delas registrou qualquer ocorrência policial”, explica. “A violência não acontece de uma hora para outra.”

Segundo ela, é preciso denunciar e, para que isso aconteça, é necessário trabalhar o empoderamento feminino para que as mulheres saibam o que a lei proporciona e denunciem.

Como perspectiva para 2018, a delegada, que também é membro de honra do Conselho da Mulher da cidade, disse que as autoridades pensam em investir em informação. A exemplo do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), um programa de educação sobre violência doméstica passa por uma análise para ser desenvolvido na cidade. Caso seja implantado, o assunto vai passar a ser tratado nas escolas.

“A gente espera que consiga conscientizar desde os menores e que eles passem o conhecimento para os mais velhos. Para que a gente consiga construir uma ideia de que a violência doméstica, a violência de gênero não é normal, não é saudável”, explicou. O projeto ainda vai ser desenvolvido pela Delegacia de Defesa da Mulher da cidade.


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