Falta de policiais civis dificulta a investigação de crimes em Leme, SP

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Cidade deveria ter 49 profissionais, mas tem apenas 25 trabalhando atualmente

A falta de policiais civis em Leme (SP) tem gerado insegurança aos moradores e comerciantes. A cidade tem um dos maiores déficits do estado: são 25 policiais atualmente, quando o ideal seriam 49.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) informou que recentemente nomeou novos profissionais, que começam a trabalhar em até 15 dias. Mas não adiantou para quais cidades eles serão enviados.

Assaltos

Um comerciante que preferiu não se identificar já foi vítima quatro assaltos. Na última ação dos criminosos, os funcionários foram obrigados a deitar no chão e foram amarrados.

“Um homem e uma mulher entraram na loja e se passaram por clientes. Disseram que queriam presentear com uma pulseirinha de ouro um recém-nascido. Logo em seguida o homem já sacou a arma e anunciou o assalto”, contou.

Toda a mercadoria de ouro e o dinheiro que tinha no caixa foram levados. O prejuízo foi de aproximadamente R$ 20 mil. “Investimos em tudo para reduzir assaltos e mesmo assim acontecem. Então ficamos indignados, sem ação”, disse o comerciante que não quis se identificar.

Elísio Silva, que também é comerciante na cidade, disse que já esteve na mira de um revólver mais de uma vez. “Já sofri 14 assaltos, 11 no meu estabelecimento e três na minha residência”, contou.

Os frequentes ataques dos assaltantes fizeram com que o comerciante reforçasse a segurança instalando grades e câmeras no estabelecimento, mas nem isso afasta os ladrões. 

“Há poucos dias os bandidos voltaram a entrar no meu comércio durante a madrugada. É impotência total”, ressaltou.

Falta de policiais

O que agrava a situação é que muitos desses crimes acabam sem solução. Um dos motivos é a falta de policiais civis pra investigar os casos. Em março do ano passado, o Ministério Público abriu uma ação civil pública apontando a necessidade de contratação de mais funcionários. Mas a situação só piorou.

“Faltam investigações e elaboração de inquéritos. Por isso, a impunidade e a violência aumentam. Quem paga é a população”, disse o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Campinas e região, Aparecido Carvalho.

A situação é grave não só em Leme. De acordo com o sindicato da categoria, em todo estado o déficit é de 9 mil policiais. Além disso, esse número cresce porque muitos já deram entrada no pedido de aposentadoria.

“Pessoas que foram aprovadas no concurso em 2013 estão sendo chamadas aos poucos pelo Governo do Estado. Mas não repõem nem de longe o déficit crescente a mais de uma década. O estado pode remanejar verbas, usar verbas emergenciais, diversos mecanismos para resolver o problema, mas é apenas uma questão de vontade politica do estado”, ressaltou Carvalho.

Nomeações

A Secretaria Estadual da Segurança Pública informou que recentemente nomeou 223 policiais civis 175 escrivães e 48 investigadores, que começam a trabalhar em até 15 dias. Mas não adiantou para que cidades eles vão ser enviados.

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