Família afegã vende filha de 9 anos para casamento com homem de 55

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Sem comida em casa, uma família afegã viu como única saída possível vender uma das filhas, de 9 anos, por US$ 2.200. Segundo ativista de direitos humanos no país, tem crescido o número de casos como este.

Parwana Malik, uma menina de apenas 9 anos, foi vendida por sua família, que está sem comida em casa desde que o Talibã assumiu o poder no Afeganistão. “Dia a dia, aumenta o número de famílias que vendem seus filhos”, relatou Mohammad Naiem Nazem, um ativista de direitos humanos em Badghis. “Falta comida, falta trabalho e as famílias sentem que têm que fazer isso”.

Parwana é uma das muitas meninas afegãs vendidas para se casar após o aprofundamento da crise humanitária. A fome levou algumas famílias a tomar decisões dolorosas, especialmente com a aproximação do inverno violento.

Abdul Malik, pai de Parwana, não consegue dormir à noite. Pouco antes de concluir a venda, ele contou à CNN que está “destruído” pela culpa, vergonha e preocupação.

Ele tentou evitar vendê-la –Malik viajou para a capital da província, Qala-e-Naw, para procurar trabalho, também pediu “muito dinheiro” emprestado para parentes, e sua esposa começou a implorar comida para outros residentes do campo.

Mas ele sentiu que não tinha escolha se queria alimentar sua família. “Somos uma família de oito pessoas”, contou. “Eu tenho que vender para manter outros membros da família vivos”.

O dinheiro da venda de Parwana só vai sustentar a família por alguns meses, antes que Malik encontre outra solução. Parwana disse que esperava mudar a opinião de seus pais. Seu sonho era se tornar professora. Mas os apelos foram inúteis.

Em 24 de outubro, Qorban, o comprador, chegou à casa da menina e entregou o equivalente a US$ 2.200 (cerca de R$ 12,4 mil) na forma de ovelhas, terras e dinheiro para o pai de Parwana. Desde a tomada do poder pelo Talibã, histórias como a de Parwana têm aumentado.

Embora casar crianças com menos de 15 anos seja ilegal em todo o país, esta é uma prática comum, especialmente nas partes mais rurais do Afeganistão. Desde agosto, os casos só aumentaram, impulsionados pela fome e desespero generalizados.

Fonte: CNN Brasil

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