Família luta na Justiça por cirurgia de recém-nascida com doença rara no coração

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De acordo com os parentes, a vida da pequena Esther Gabrielle Dias de Oliveira, de apenas 17 dias, depende do procedimento, já que a criança nasceu com a Anomalia de Ebstein.

Uma família de São Carlos, no interior de São Paulo entrou com uma ação na Justiça contra o Estado e o município para que uma recém-nascida consiga fazer uma cirurgia para insuficiência cardíaca. De acordo com os parentes, a vida da pequena Esther Gabrielle Dias de Oliveira, de apenas 17 dias, depende do procedimento, já que a criança nasceu com a Anomalia de Ebstein, doença rara que atinge um a cada 10 mil recém-nascidos.

Diagnóstico de doença rara

Esther está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da Santa Casa de São Carlos desde o dia 1º de setembro. Desde o nascimento, a mãe, Sara Beatriz Dias, não pôde levar a criança para casa, pois descobriu a doença da menina nas primeiras horas de vida. “Assim que nasceu fizeram exames, e disseram que estava tudo bem. Passou umas 3h, e foram ao meu quarto fazer um exame de rotina. Não estavam conseguindo medir a saturação dela então levaram para ela para UTI para medir. Estava a 75%, abaixo do ideal. Através de um ecocardiograma descobriram a anomalia no coração”, contou a mãe.

A Anomalia de Ebstein faz com que a parte direita do coração sofra uma alteração anatômica considerável. O coração não consegue bombear sangue suficiente para o resto do corpo. Com isso o quadro do paciente pode acabar evoluindo para uma síndrome insuficiência cardíaca, fazendo com que o coração pare. “Depois da avaliação dela realmente ela tem uma indicação cirurgia e para ela a cirurgia é o caminho para o quadro melhorar”, disse o diretor técnico da Santa Casa, Roberto Muniz Júnior.

Pedido na Justiça

Para corrigir a anomalia, a criança precisa passar por uma cirurgia delicada que é realizada apenas em Ribeirão Preto, São José do Rio Preto ou São Paulo. A família aguarda desde o início do mês, a transferência da criança para um hospital especializado que faça a operação. “Entramos com uma ação jurídica para ver se conseguimos mais rápido a vaga”, disse Sara, que explicou que a criança está à base de um medicamento para sobreviver e seu coração pode parar a qualquer momento.

A Justiça determinou que o poder público garantisse a cirurgia com urgência. De acordo com a decisão do juiz Claudio do Prado Amaral, em caso de descumprimento, o Estado e a Prefeitura deverão pagar uma multa de R$ 400 por dia.

A Prefeitura de São Carlos disse que vai cumprir a decisão de garantir o procedimento, mas depende de vaga para transferir a recém-nascida para um hospital de referência. Já a Secretaria Estadual de Saúde disse que a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) aguarda vaga em hospital de referência.

Campanha

Lutando contra o tempo, a família fez orçamento da cirurgia em hospitais particulares. Os pais de Esther organizaram uma campanha virtual para arrecadar doações em dinheiro. Interessados podem ajudar acessando o site da vaquinha.

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