Feminicídio: 30% das mulheres já sofreram ameaças de parceiros ou ex

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Pesquisa do Instituto Patrícia Galvão sobre feminicídio no Brasil aponta que 30% das mulheres já sofreram ameaças de parceiros e uma em cada seis já sofreu tentativa de assassinato.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão em parceria com o Instituto Locomotiva revelou que, no Brasil, ao menos 30% das mulheres já sofreram ameaças de parceiros ou ex-parceiros e uma em cada seis mulheres já sofreu tentativa de feminicídio.

O estudo, que teve apoio do Fundo Canadá, escutou 1.503 pessoas (1.001 mulheres e 502 homens), com 18 anos de idade ou mais, entre 22 de setembro e 6 de outubro de 2021, e tem margem de erro de 2,5 pontos percentuais.

Os resultados mostram que 57% dos brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de ameaça de morte pelo atual parceiro ou ex e 37% conhecem uma mulher que sofreu tentativa ou foi vítima de feminicídio íntimo, termo que se refere a casos em que a vítima tinha algum tipo de vínculo com o autor do crime, seja conjugal, extraconjugal ou familiar.

Entre as mulheres que já sofreram ameaças de parceiros ou ex-parceiros, 53% afirmam que também sofreram tentativa de feminicídio. Além disso, 57% das mulheres ameaçadas terminaram o relacionamento, mas 12% disseram que não levaram as ameaças a sério ou não tomaram nenhuma atitude.

Para 93% de todos os entrevistados, uma ameaça de morte é uma forma de violência psicológica tão ou mais grave que a violência física e 97% concordam que permanecer em um relacionamento violento faz com que as mulheres corram maior risco de vida.

Para 49% das pessoas, o momento de término da relação é o mais perigoso para as mulheres, enquanto 28% dizem que qualquer momento pode ser fatal. Segundo a promotora Valéria Scarance, do núcleo de violência de gênero do Ministério Público do Estado de São Paulo, “denunciar o agressor é o primeiro passo e o mais importante para se proteger”.

No entanto, o medo, a descrença na justiça e o desconhecimento dos equipamentos de apoio dificultam a denúncia.

A sensação de impunidade dos agressores é alta entre homens e mulheres: apenas 27% acreditam que há, de fato, uma punição para quem tenta ou pratica o feminicídio. E 92% acreditam que os homens que cometem violência doméstica contra as mulheres sabem que o que estão fazendo é crime, mas continuam a agredir porque confiam que não serão punidos.

Para Jacira Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, é preciso criar políticas públicas que garantam o acolhimento para as mulheres e responsabilizem os agressores. “Só assim pode-se proteger as mulheres e evitar o feminicídio”, conclui.

Fonte: Papo de Mãe

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