Moradora de Sorocaba (SP) soube que teve as fotos usadas em perfil falso depois que foi abordada pela esposa de um dos homens na rua. Criminoso por trás do perfil usava outro nome e se passava por garota de programa.
A dançarina de Sorocaba (SP) que teve selfies usadas em um perfil falso por um golpista condenado por atrair homens para sexo virtual e depois extorqui-los lembra que temeu pela própria vida após ser ameaçada pelas esposas das vítimas.
Talita Carriel, de 30 anos, afirmou que conheceu o golpista quando trabalhou em duas gravações para baladas, em 2014. No entanto, as fotos dela foram retiradas das redes sociais pelo criminoso para alimentar outra conta com nome de “Amanda”.
No perfil, em conversas com alvos atraídos para conversas, o criminoso usava também fotos eróticas aleatórias da web e em ângulos que não mostravam o rosto da pessoa. Ele as usava dando a entender que eram de Talita. O perfil fake era mantido tanto na rede social quanto em um aplicativo de mensagens.
“Inferno mesmo. Nunca imaginei passar por isso. Fiquei em choque de saber a gravidade da situação. Usar minha imagem para extorquir as pessoas e ele acabou com casamentos. Um homem teve que fazer tratamento com psicólogo, até tentei entrar em contato com ele para explicar, mas ele vinculou minha imagem e nem me deu chance de conversar. Me bloqueou”, diz.
Para aplicar o crime, ele entrava em contato com homens e fazia “sexo virtual”. Ao conseguir fotos deles nus, passava a extorquir as vítimas com ameaças de terem as imagens divulgadas nas redes ou para as esposas.
“Mensagens, recebi inúmeras. Nos bares e baladas, muitas pessoas me chamavam de ‘Amanda’ e ficavam cochichando. Um certo tempo depois eu tive minha filha e morria de medo que acontecesse algo comigo. A gente não sabe o que passa na cabeça das pessoas”, afirma.
Caso à tona
Talita, que teve a imagem usada entre 2014 e 2016, chegou a ser abordada na rua e questionada sobre supostos programas.
Conforme relatado pela vítima, uma das esposas dos homens a encontrou na rua e a ameaçou para que ela parasse de enviar fotos nuas ao marido. O caso, então, veio à tona quando a vítima conseguiu entrar em contato com um dos homens, que encaminhou algumas das imagens.
Com medo de um possível ataque, ela registrou um boletim de ocorrência sobre o caso. A Polícia Civil relatou o inquérito à Justiça. “Foi literalmente um alívio, mas sujou minha reputação. Quem foi vítima e não soube do desfecho sempre que me vê irá pensar que fui eu realmente.”
Em primeira instância pela Vara Cível de Pilar do Sul, o réu também foi condenado a pagar R$ 5 mil. O valor aumentou para R$ 15 mil pelo Tribunal de Justiça. Na esfera criminal, ele foi condenado por falsa identidade, segundo o advogado da vítima, Claudio Dias Batista. (Com informações de Carlos Henrique Dias, G1 Sorocaba e Jundiaí)