Marian Damásio, de 22 anos, registrou boletim de ocorrência Caso é tratado como importunação sexual. Wallid Ismail, criador do Jungle Fight, procura equipe para ela treinar antes de participar do evento.
A frentista de um posto de combustíveis de Porto Alegre, que revidou ao assédio que sofreu dentro da loja de conveniência do local onde trabalha, foi convidada a participar de um evento de MMA [sigla, em inglês, para artes marciais mistas].
Marian Damásio, de 22 anos, recebeu o convite do criador do Jungle Fight, Wallid Ismail, para treinar em uma academia e lutar em uma edição do evento. “Eu não queria ter a reação que tive. Não acho que é com violência que se resolvem as coisas. Mas perante tudo isso que aconteceu, viralizou na mídia, veio a parte boa, que foi o convite”, relatou ao g1.
O convite foi confirmado pela assessoria do evento criado em 2003 por Wallid, campeão brasileiro e mundial de jiu-jitsu. Ele integrou outros eventos internacionais, como UFC e Pride, antes de fundar o campeonato de artes marciais mistas brasileiro.
O Jungle Fight destina as primeiras lutas do card para atletas estreantes, com o mesmo nível, se enfrentarem. A última edição, o JFC 107, foi em São Paulo, no começo deste mês. Em agosto, o JFC 108 está marcado para o Rio de Janeiro.
No caso de Marian, a empresa procura um local para ela treinar antes de participar do evento, já que ela garante que nunca praticou nenhum tipo de arte marcial. “Sempre gostei, mas nunca fui a fundo”, afirma.
No domingo (15), quando sofreu a importunação sexual, ela ficou com lesões na mão e chegou a quebrar uma unha. Assista ao vídeo abaixo:
Relembre o caso
A veracidade do vídeo, que circula nas redes sociais, foi confirmada pela Polícia Civil. A frentista explicou a decisão de ir até a delegacia para alertas outras mulheres do bairro onde mora, em Porto Alegre. “Resolvi fazer o boletim para dar a minha versão”, pontuou.
Imagens de uma câmera de segurança mostram que ela está sentada ao balcão da loja mexendo no celular quando o homem encosta com a mão esquerda nela sem consentimento. A frentista, então, apara sua passagem com o braço direito e inicia uma sequência de tapas, socos e uma joelhada. O homem cai duas vezes e é retirado por outros funcionários, enquanto ela é amparada por outra mulher.
O caso aconteceu na manhã de domingo, por volta das 11h, em um posto no bairro Lomba do Pinheiro. O suposto agressor de 25 anos, já identificado pela Polícia Civil, é um cliente que costumava comprar e distribuir balas entre os frentistas, inclusive à vítima da importunação. “Ele é conhecido, ia lá no posto onde eu trabalho há quase três anos, e quase todos os dias ele ia lá, comprava bala, primeiro me entregava e depois ele oferecia para os meus colegas”, relatou a frentista.
Naquela manhã, porém, ele havia pedido o contato da jovem de 22 anos, que ignorou o pedido. Mais tarde, ele retornou e, como é percebido nas imagens, encosta e aperta “as partes íntimas” da mulher. “Domingo eu estava no meu intervalo, ele viu que eu estava no posto e entrou na loja de conveniências. Estou procurando pra ver se eu consigo o vídeo de um pouco antes, onde aparece ele colocando um chiclete do meu lado, depois ele vai atrás de mim, ele pede o meu Facebook, volta e bota a mão em mim, nas minhas partes íntimas”, relatou a funcionária.