Fundos multimercados viraram queridinhos; veja se você pode ganhar com eles

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Os juros caíram para níveis nunca antes vistos, e o brasileiro está procurando alternativas para fazer o dinheiro render, já que os tradicionais fundos de renda fixa mal batem a inflação.

Uma das opções que estão caindo no gosto dos aplicadores locais são os fundos multimercados. O gestor desse produto pode aplicar simultaneamente em diferentes classes de ativos -ações, moedas, títulos do governo- e assim buscar um ganho maior. Essa maior liberdade, por outro lado, representa mais risco, avisam os profissionais de mercado.

Em 2019, os fundos multimercados registraram entrada líquida de R$ 66,8 bilhões, uma captação 37,3% maior que em 2018. Assim, essa categoria atingiu patrimônio de R$ 1,18 trilhão. Por outro lado, os fundos da classe renda fixa tiveram saída líquida de R$ 69,3 bilhões, o pior resultado desde 2008, segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais).

Os fundos multimercados deram aos investidores ganhos entre 7,20% e 14,19%, dependendo dos tipos dessa carteira (são 11 tipos, na classificação Anbima). Já os fundos de renda fixa duração baixa grau de investimento, ainda o tipo mais utilizado pelos brasileiros, tiveram variação de 5,74% em 2019 -pouco acima dos 4,3% da inflação medida pelo IPCA.

“Está ficando claro para o investidor que ficar na renda fixa não vai dar o retorno que deu no passado. Olhando a indústria de fundos no Brasil, ainda há muito dinheiro para ir para os multimercados”, afirma o diretor de relações com investidores da Persevera Asset, Marcos Yokota, que cuida desses produtos na empresa.

Liberdade para investir

“O gestor do fundo multimercado tem mais liberdade para atuar”, afirma o sócio gestor da AZ Quest, Bernardo Zerbini. Assim, se comprar títulos do governo não vale mais a pena porque a taxa básica de juros, a Selic, caiu de 14,25% para 4,5% nos últimos três anos, o gestor tem a capacidade para investir em vários mercados, tanto no Brasil quanto no exterior.

Da mesma forma, se o mercado de ações começa a ir mal, o gestor pode buscar uma estratégia de aplicação que mantenha o ganho do aplicador.

Por outro lado, essa maior liberdade também representa riscos. “As pessoas têm que ter consciência de que o risco é maior”, afirma Zerbini.

Quanto você aguenta de risco?

Ao aplicar em diferentes mercados, o fundo pode sofrer com as oscilações de alta e baixa, algo que não ocorre com os fundos de renda fixa tradicionais. “Antes de investir, a pessoa tem que checar o quanto está disposto ao risco”, diz o gestor de produtos da RB Investimentos, Gabriel Tamashiro.

Segundo ele, uma forma de checar o tamanho de risco que um fundo assume é a volatilidade (instabilidade). Quanto maior, mais risco aquele gestor está assumindo. “É uma das variáveis mais importantes para checar se o risco é muito elevado ou não”, afirma Tamashiro.

Ganho versus risco

A empresa de informações financeiras Economatica listou os fundos que mais ganharam em 2019. Os dados mostram que dois desses fundos também ficaram entre os que apresentaram a maior volatilidade, ou seja, mais oscilaram durante o ano.

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