Após a agressão, o homem foi até uma farmácia e se escondeu dentro do banheiro. Ele foi encaminhado à delegacia de São Vicente e, após prestar esclarecimentos, foi liberado.
Uma garota transexual de 17 anos foi agredida após rejeitar fazer sexo com um homem de 30 anos. Ela estava com amigas em um quiosque na praia do Itararé, em São Vicente, no litoral de São Paulo, quando foi abordada pelo desempregado, que golpeou seus braços com uma barra de ferro e atingiu seu rosto com uma garrafa de vidro.
Segundo a jovem, ela e as amigas estavam conversando quando o homem chegou e pediu um isqueiro. Ela lhe emprestou e, em seguida, ele pediu para sair com ela. Após a recusa, ele começou a se alterar. “Ele disse: Você é viado, tem que fazer o que eu quero. Ele pegou a garrafa e atingiu a minha testa. Eu consegui dar um soco nele, ainda. Mas depois cai no chão, fiquei tonta”, conta.
Na tentativa de defendê-la, as amigas também foram atingidas. “Ele chegou a jogar lança-perfume no olho de uma amiga. E deu golpes usando barras de ferro na outra”, diz. Em seguida, ele foi até uma farmácia próxima ao quiosque e se escondeu dentro do banheiro.
A Polícia Militar foi acionada e, antes de serem encaminhados à delegacia, eles foram levados ao Hospital Municipal de São Vicente. Mesmo após a agressão, ela teve que ser atendida no mesmo local que ele. “A gente foi atendido pelo mesmo médico. Ele foi atendido primeiro e foi para a delegacia. Depois que tomei pontos eu também fui”.
O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de São Vicente, no domingo (31), como lesão corporal. A vítima foi orientada a fazer exame de corpo de delito para que o homem possa responder criminalmente pelo ocorrido.
‘Preconceito’
O pai da jovem, que preferiu não se identificar, ficou sabendo do que ocorreu com a filha por telefone, quando ela estava indo para o hospital. “Ele está com o rosto inchado, com pontos”, diz.
Desolado com a situação, ele pede que o caso não fique impune. “Tem muito preconceito. Isso não pode ser feito com filho de ninguém, cada um tem seu direito de ir e vir. As pessoas têm que respeitar”, finaliza.