De acordo com informações, os preços não sofrem reajustes desde agosto de 2019 no municípío.
O desespero das pessoas por conta de uma possível falta de gás de cozinha, por conta da paradeira em relação ao novo coronavírus fez milhares de pessoas estocarem o produto em suas casa, com isso verdadeiros aproveitadores da situação aumentaram e muito os valores em cidades da região.
Em Araras (SP), na manhã desta terça-feira (31), nossa reportagem fez contato com três das principais distribuidoras e constatamos que os valores praticados são bem diferentes. De acordo com informações, os preços não sofrem reajustes desde agosto de 2019 no municípío.
Na Santa Adélia o botijão de gás está sendo vendido a R$ 69,90 para retirada no local, já para entrega o valor vai para R$ 71,90. Na Galassi o preço para retirada é de R$ 69.80, já para entrega o valor vai para R$ 71.80, no Fávaro o valor está em R$ 65,90 para retirada e R$ 71,80 para entrega.
Na cidade de São Paulo (SP), revendedoras oferecem o botijão de 13 quilos a mais de R$ 100, e os revendedores estão na mira do Procon. Segundo as informações da ANP (Agência Nacional de Petróleo), o preço médio do botijão estava em R$ 69 na semana passada.
Vale dizer que o reajuste não foi causado por um aumento no preço de produção. Assim como tem feito com a gasolina e o diesel, a Petrobras reduziu o preço do gás de cozinha (GLP) nas refinarias. A queda acumulada no ano é de cerca de 12%.
Faz sentido estocar botijões? As distribuidoras de gás alertam para os riscos de se manter mais de um botijão de gás em casa. O botijão é um produto que pode explodir e causar acidentes graves, caso seja armazenado em condições inadequadas.
A ANP emitiu uma nota esclarecendo que o fornecimento de gás está ocorrendo normalmente. O problema, segundo a Agência, é que o aumento da demanda causou problemas de distribuição pontuais.
O que dizem as distribuidoras de gás? Nossa reportagem fez contatos com as principais distribuidoras para saber quando o fornecimento será normalizado. Em nota, a Liquigas, que pertence ao grupo da Petrobras, disse que “todas as unidades de distribuição estão operando para atender a demanda”.
Já a Ultragaz orienta os clientes a fazer a compra do botijão de forma consciente, “lembrando que um vasilhame dura, em média, de 30 a 45 dias. Portanto, não há motivo para fazer estoques”. A distribuidora acredita que o abastecimento será normalizado até o início da semana que vem.
A Consigaz e a Supergasbras não responderam ao contato da reportagem.
O que dizem os pontos de revenda? Em contato com os donos de revenda, o desabastecimento ficou evidente. Eles atribuem a falta à corrida dos consumidores. “Vi gente levando dois, três botijões de uma vez. Isso nunca havia acontecido”, relatou um revendedor de São Paulo.
Os que reajustaram os preços dizem que o fizeram por causa do aumento da demanda e para coibir a prática da compra para fazer estoque.
O que o consumidor deve fazer? O Procon de São Paulo tem acompanhado tanto a questão do desabastecimento quanto a cobrança abusiva de preços pelo botijão. “Somos contra qualquer aumento de preço sob qualquer justificativa que não seja o aumento de de despesa operacional”, diz Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP.
Ele diz que os estabelecimentos que forem pegos praticando preços abusivos serão multados e o responsável pode ser conduzido para a delegacia, por crime contra a ordem econômica. “O gás é um item de consumo essencial para as famílias. Alguns pontos de venda estão se aproveitando da necessidade do consumidor”.
E o gás encanado? Quem tem gás encanado em casa não precisa se preocupar. A ANP garante que o fornecimento está normal.
Vale lembrar que a maior parte dos governos determinou a proibição de corte do fornecimento do gás em razão do não pagamento da conta. É o caso de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, por exemplo. Essa é uma medida emergencial, para amparar as famílias durante a crise causada pelo coronavírus.
A questão é que a estrutura de gás encanado costuma se limitar às regiões centrais da cidade. Nos bairros periféricos, a população mais pobre depende do uso do gás em botijão, que agora ou está em falta ou está caro demais.