Bares passam a operar até as 20h e shoppings poderão funcionar pelo período de 12 horas. Restaurantes poderão funcionar até 22h, mas só servir bebida alcoólica até 20h.
O governo de São Paulo determinou nesta sexta-feira (11) a redução do horário de funcionamento de bares em todo o estado. Também foi anunciada a ampliação do horário de operação dos shoppings. As medidas foram tomadas para tentar evitar aglomerações e conter o avanço de casos de coronavírus.
Bares, que antes podiam funcionar até as 22h, deverão fechar às 20h. Já os restaurantes poderão continuar abertos até 22h, mas deverão parar de servir bebidas alcoólicas às 20h.
As novas regras foram divulgadas em coletiva de imprensa no início da tarde pelo secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn. As medidas passam a valer a partir deste sábado (12) e valerão por 30 dias. O governo disse ainda que irá ampliar em 2 mil o número de novos leitos destinados para pacientes diagnosticados com a doença.
“Uma notícia importante é a manutenção, a garantia de 2 mil leitos de UTI do SUS para esse enfrentamento. Lembrando que no momento pré-pandemia, a Secretaria de Saúde contava com 3,5 mil leitos de UTI. Este número foi ampliado para 8,5 mil leitos de UTI, mais 140% de aumento. Sendo que destes 8,5 mil leitos, 2 mil não estão habilitados pelo Ministério da Saúde. Então o anúncio do governo do estado de São Paulo hoje é que ele garantirá o funcionamento desses 2 mil leitos para atendimento dos pacientes Covid”, disse Eduardo Ribeiro, secretário-executivo da Saúde.
Apesar das medidas, a gestão João Doria (PSDB) não alterou a classificação de nenhuma região no Plano São Paulo de flexibilização econômica. Desde o dia 30 de novembro, todo o estado está na fase amarela da proposta.
Novas regras
Bares passam a operar até as 20h e não mais até 22h; Restaurantes podem funcionar até 22h, mas devem parar de servir bebidas alcoólicas às 20h; Shoppings, que na fase amarela só poderiam funcionar pelo período de 10h, terão autorização para operar durante 12h para evitar aglomerações por conta das compras de Natal
“Nós vimos que era muito importante realizar um ajuste na fase amarela para expansão do funcionamento do comércio de 10 para 12 horas, mantendo a capacidade de 40%. Foi uma decisão técnica entre saúde e comércio para que possamos atender a necessidade de maior espaçamento entre as pessoas, evitar aglomerações, para que todos possam ter suas necessidades agora do fim do ano atendidas, mas com responsabilidade, com segurança. Então o que está permitido é a manutenção do horário de funcionamento até às 22h, mas com o limite de até 12 horas de funcionamento e 40% de ocupação”, disse a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen.
A mudança ocorre 24 horas após o governo paulista reforçar o alerta com relação à velocidade de contaminação da doença no Brasil nas últimas semanas. Diversas cidades do estado registram taxa de ocupação dos leitos de UTI superior a 80%.
Nesta quinta (11), o coordenador do centro de contingencia da Covid-19, José Medina, disse que o contágio por Covid-19 está maior em dezembro do que no primeiro pico da pandemia, em julho.
No dia 1º de novembro a média móvel de novos casos registrados no Brasil nos últimos 7 dias era de 21.579, por dia. No dia 9 de dezembro, a média móvel de novos casos nos últimos 7 dias subiu para 41.926. A maior média móvel de casos registrada até o momento foi de 46.393 no dia 27 de julho. O dado leva em consideração os registros dos últimos 7 dias e minimiza as diferenças das notificações.
Festas de fim de ano
Na semana passada, Medina recomendou à população que evitem festas de finais de ano que reúnam mais de dez pessoas. A menos de 20 dias do Natal, milhares de pessoas se aglomeravam pelas vias do Brás, no Centro de São Paulo, na quarta-feira (9).
A região do comércio popular possui uma taxa de 267 mortes por Covid-19 por 100 mil habitantes, a segunda mais alta da cidade de São Paulo, atrás apenas do Belém, distrito vizinho ao Brás, na Zona Leste (271 mortes para cada grupo de 100 mil pessoas).
Os dados fazem parte de levantamento com base em dados do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade (PRO-AIM), da Secretaria Municipal da Saúde.
Além das filas na porta dos comércios, era possível ver pessoas circulando no local sem máscara ou fazendo uso incorreto dela. Vendedores ambulantes ocupam as calçadas das vias para conseguir comercializar as mercadorias.
Durante a coletiva desta quinta (10), o governador João Doria pediu a ajuda de comerciantes e empreendedores para que aglomerações sejam evitadas e que as pessoas não se esqueçam da importância do uso da máscara e do álcool gel.
*Com supervisão de Cíntia Acayaba