Banco tenta obter acesso a e-mails de diretores da varejista.
Ao contestar um recurso do Bradesco ao Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados da Americanas afirmaram que o banco quer realizar “medidas midiáticas” e “tumultuar” o processo de recuperação judicial da varejista.
O Bradesco conseguiu uma decisão favorável da Justiça de São Paulo para ter acesso a e-mails de diretores das Americanas e investigar a causa do rombo de R$ 20 bilhões anunciado em janeiro. Porém, a varejista conseguiu uma liminar do ministro Alexandre de Moraes, do STF, impedindo a medida. Os advogados alegaram que o acesso poderia comprometer o sigilo de suas mensagens.
Agora, ao contestar o recurso do Bradesco, os advogados da Americanas afirmam que a intenção do banco é “tumultuar o processo”. “Seu escopo nunca foi o de, pouco se importando com violações constitucionais e legais, investigar as razões das inconsistências contábeis, mas, sim, tomar medidas midiáticas ou que possam lhe trazer vantagem perante a recuperanda, com único propósito de prejudicar e tumultuar o regular processamento do processo de recuperação judicial do Grupo Americanas.”
No recurso interposto na sexta-feira 17, o Bradesco alegou que é possível excluir os e-mails enviados ou recebidos pelos advogados autores do pedido e pediu que a busca e apreensão seja mantida em relação a todas as outras mensagens.
Em resposta, a defesa da varejista disse que a suspensão “não prejudicará ou inviabilizará a apuração adequada de todos os fatos”, porque existem outras investigações em andamento, na Comissão de Valores Mobiliários e na Justiça do Rio de Janeiro.
A recuperação judicial da Americanas tramita na 4ª Vara Empresarial do Rio, desde 11 de janeiro, quando a varejista anunciou o rombo e fez o pedido à Justiça.