Haddad precisa de virada inédita para vencer Bolsonaro no 2º turno

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O PT precisa de uma virada inédita na história da política brasileira desde a redemocratização para derrotar o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL)

Desde 1989, nenhum candidato que saiu atrás na disputa do segundo turno conseguiu reverter a desvantagem e vencer as eleições presidenciais.

Com 99% das urnas apuradas, Fernando Haddad (PT) foi o segundo candidato mais votado e vai disputar o segundo turno com Bolsonaro. Haddad obteve 30,7 milhões de votos, o equivalente a 28,9% dos votos válidos. Bolsonaro, por sua vez, recebeu 49 milhões de votos, o equivalente a 46,2 % dos votos válidos.

O cientista político e professor André Borges, da UnB (Universidade de Brasília), explica que, em geral, as viradas em segundo turno são mais difíceis porque elas normalmente se dão entre um candidato governista e um de oposição.

“Na maior parte das vezes, os candidatos que chegam ao primeiro turno na frente são aqueles de candidaturas governistas. Por terem o apoio do governo, a tendência é que seja mais difícil reverter um resultado no segundo turno”, afirmou.

Borges diz, no entanto, que as eleições presidenciais deste ano são extremamente atípicas e que uma virada, ainda que muito difícil, não é impossível.

“Bolsonaro foi poupado de ataques durante parte da disputa por conta do atentado que ele sofreu. Agora, ele não será mais poupado. Esse segundo turno deverá ter muita campanha negativa e as contradições dele, assim como as do Haddad, deverão ser exploradas”, explicou.

Seis segundos turnos desde 1989

Desde o fim da ditadura militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985, o Brasil teve oito eleições presidenciais. Dessas, seis foram para o segundo turno (1989, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018).

Nesse período, o candidato que ficou mais perto de virar a disputa foi o ex-senador e deputado federal eleito por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB).

Em 2014, ele chegou ao segundo turno com 33,5% dos votos válidos, enquanto Dilma Rousseff (PT) tinha obtido 41,59% –neste ano, ela não conseguiu se eleger senadora por Minas Gerais, perdendo para Rodrigo Pacheco (DEM) e e Carlos Viana (PHS).

No segundo turno, depois de obter o apoio de Marina Silva, então no PSB, Aécio obteve 48,36% dos votos válidos, contra 51,64% de Dilma, uma diferença de pouco mais de 3% dos votos válidos.


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