História do roupeiro que já dedicou ‘uma vida’ ao União São João

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Com oito anos de casa, profissional é o responsável por deixar chuteiras e uniformes impecáveis para treinos e jogos

Por: João Crispim

O ararense Vagner Sales Santos, 38, trabalha há mais de oito anos no Clube da Vila Belmiro. Não é visto dentro de campo e nem de longe é lembrado quando a torcida da Baixada incentiva o time para mais uma vitória. Porém, apesar de quase ninguém o conhecer, Vagner Salada, como é mais conhecido, exerce uma tarefa fundamental no dia a dia do time santista.

É responsável por deixar tudo pronto nos vestiários. Afinal, é o roupeiro quem cuida de tudo, desde a chuteira à camisa que os atletas vão usar em campo. E o zelo deste profissional, que trabalha para que tudo saia impecável, pode também fazer a diferença dentro de campo. “Minha função é deixar o material esportivo preparado para os treinamentos e jogos. Organizo o vestiário com as chuteiras, camisas, meias e blusas. É minha responsabilidade levá-los e distribuir de forma organizada, não só para os atletas, mas também para a comissão técnica”, conta.

Uma prova do profissionalismo é que, apesar de santista desde criança, o roupeiro não pode acompanhar as partidas, tendo de ouvir os lances de cada jogo pelo rádio ou TV. Isso porque, ao contrário dos membros da comissão técnica, ele precisa seguir no vestiário até mesmo após os 90 minutos, recolhendo todo o material utilizado pelo grupo. “Dificilmente assisto algum jogo. Geralmente fico no vestiário me preparando para recolher todo material pós-jogos. Salvo algumas exceções, quando alguns estádios possuem televisor. Porém, já me acostumei a não assisti-los. Assim é melhor, o tempo passa rápido e a gente sofre menos”, brinca.

É também no vestiário que ecoa a vibração da torcida, reproduzindo a festa das arquibancadas. É ela quem quebra o silêncio em meio às chuteiras e meiões, quem faz o tempo passar mais rápido até o retorno dos atletas. Afinal, o roupeiro pode ser solicitado a qualquer momento, no caso de imprevisto envolvendo o material de jogo.

E um dos episódios guardados na memória de Salada diz respeito à viagem para a Argentina, onde o time santista enfrentou o Velez pela Copa Libertadores. Na ocasião, o roupeiro e parte da comissão técnica foram violentados. “Alguns torcedores chegaram dando chutes e murros. Fomos salvos pelo motorista que conduzia o veículo que nos transportava. O torcedor do Boca Junior nos ajudou a sair dessa enrascada”, revela.

“Fiz muitos amigos no futebol desde o União São João, onde trabalhei por 17 anos. Trabalhei com Neymar Jr., fomos campeões da Libertadores, Recopa, Copa do Brasil, tri do Paulista, vice do Mundial. O menino Ney muito educado, sempre sorrindo e parceiro”, completa.

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