Rapaz estava preso por tráfico internacional quando ordenou o homicídio da vítima e também do namorado dela na época, segundo o Tribunal de Justiça do Estado. Crime ocorreu em Sumaré (SP).
O Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP) manteve a condenação de um homem que ordenou, de dentro de um presídio, o assassinato da ex-namorada dele. O crime ocorreu em Sumaré (SP) e, segundo o TJ, a sentença é de 19 anos de prisão em regime inicial fechado. Ele e a vítima tinham um filho.
A decisão do TJ-SP, de segunda-feira (15), foi divulgada nesta quinta pelo setor de comunicação do tribunal. No acórdão, os desembargadores mantiveram a condenação em primeira instância proferida pelo júri popular de Sumaré contra o réu, chamado Fabio Wellington Mancini.
Mancini foi preso em 2010 por tráfico. Na época, policiais militarem afirmaram que ele era líder de uma facção criminosa que negociava drogas entre o Brasil e o Paraguai. Em 2012, um irmão dele também chegou a ser preso.
A vítima, Camila Fernanda Mendonça Chotti, estava em um bar quando foi morta. Um homem entrou e disparou contra ela, que morreu no local, e contra o dono do estabelecimento, que sofreu ferimentos leves.
Na época do assassinato, segundo os autos do processo, Mancini já estava preso por tráfico internacional. Ele e a vítima namoravam havia dois anos, mas Camila terminou o relacionamento quando o homem foi detido.
“Quando Camila estava no segundo mês de gestação, o denunciado foi preso por tráfico internacional de drogas, ocasião em que Camila terminou o relacionamento”, aponta o relator do processo em 2ª instância, Newton Neves.
“O denunciado, entretanto, não aceitando o fim da relação, passou a fazer ameaças a Camila, dizendo que a mataria, assim como sua família, caso o deixasse e a obrigava a visita-lo no presídio. Passado algum tempo, Camila deu continuidade a sua vida, tentando um novo relacionamento sério com Wesley Sumaro Resende”.
Resende foi morto também a mando de Mancini, segundo o TJ-SP. O traficante foi condenado por esse homicídio em março de 2018.
Além disso, comparsas do réu chegaram a disparar contra a casa dos pais de Camila. Os tiros atingiram a sala da residência, onde estava o filho de Camila e Mancini. Ninguém se feriu neste caso.
Carta enviada da cadeia
Segundo a decisão, a ordem para matar Camila foi enviada por carta escrita por Fábio. A perícia grafotécnica concluiu que era dele a letra que redigiu o manuscrito.
O desembargador ainda informou que interceptações telefônicas registraram ameaças de morte a Camila. “Além de tudo isso, ainda foi Fábio o responsável pela morte de Wesley Sumaro Resende, pessoa com quem Camila vinha se relacionando”, apontou o acórdão do TJ.
“Se os jurados não acolheram a tese defensiva e acataram integralmente a tese acusatória é porque se convenceram de que a prova dos autos foi segura para o veredicto lançado”, decidiu Newton Neves.
Sobre o recurso da defesa do condenado, o relator afastou a possibilidade de reverter a sentença ao entender que não houve julgamento contrário às provas. “Houve, sim, decisão com fundamento nos fatos comprovados, o que afasta a possibilidade de modificação do julgamento”.
Nossa reportagem não conseguiu contato com a advogada indicada na decisão como representante de Mancini.