O policial estava a serviço em um bloqueio de trânsito
Um homem de 36 anos foi detido em flagrante por suspeita de injúria racial e desacato após xingar um policial militar de “preto sem-vergonha”, em Campinas (SP), nesta quarta-feira (20). O ato racista ocorreu, segundo a PM, após Edvaldo Batista dos Santos Faria ser abordado em uma blitz durante uma fiscalização de rotina e se revoltar contra os policiais.
O suspeito estava sem o cinto de segurança e se exaltou ao questionar os policiais sobre a necessidade de realizar a blitz no bairro, localizado na periferia da cidade. Segundo o cabo Laudevino Ferreira Júnior, vítima da injúria, Faria entregou os documentos usando palavras de baixo calão.
O policial disse à reportagem, que nunca tinha passado por uma situação como essa. “Diretamente, da pessoa chegar a afirmar na cara, assim, nunca havia passado. Primeira vez. […] É chato, entristece. A gente procura trabalhar e ajudar a população […] e é triste quando você é tratado desse jeito. A gente ainda precisa aprender muito, algumas coisas não podem acontecer”, desabafa Júnior.
Nervosismo
O policial negro é do 47º Batalhão e estava a serviço na Rua Paulo Machado de Moraes, no bairro Chácara Santa Letícia, no distrito do Ouro Verde, nesta manhã. Ele desconfiou do suspeito porque aparentou nervosismo ao se aproximar do bloqueio policial.
“Estávamos estacionados, estávamos fazendo um estreitamento de vias. […] Ele veio a titubear, balançar um pouco o veículo, demonstrando um pouco de nervosismo, onde ele foi abordado”, contou o policial.
Segundo Júnior, logo após solicitar os documentos do motorista, ele desceu do veículo e começou a questionar o trabalho dos policiais. O homem foi encaminhado para a 2ª Delegacia Seccional da cidade, onde o caso foi registrado.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que Faria pagou fiança de R$ 1 mil e foi liberado. Ele responderá pelo crime de injúria em liberdade.
O suspeito não tinha passagens policiais e não foram constatadas irregularidades na carteira de habilitação dele e nem no veículo que ele dirigia, segundo a corporação.
