Ela transforma bijuterias quebradas e descartadas em peças cheias de brilho e beleza.
De bijuterias quebradas e descartadas, a dona de casa Wanda Dias Chersoni, de 72 anos, tira parte do sustento seu e da filha que tem paralisia cerebral.
Com as pedras e peças dos objetos inutilizados, ela reveste caixinhas, espelhos e até móveis em um quebra-cabeça cheio de brilho e muita beleza. As peças que saem das mãos de Wanda a ajudam a pagar os empréstimos que fez no banco por conta das despesas da filha.
“Toda vez que vendo, corro lá e já pago adiantado algumas parcelas”, contou.
A sobrinha Sônia Maria de Freitas que mora com Wanda é testemunha do seu talento. Ela diz que a idade não atrapalha a idosa que tem na filha a sua motivação e não mede esforços para que ela tenha tudo o que precisa.
Ela conta que a artesã consegue desenhos diferentes a cada aplicação. “Ela tem o dom de fazer o artesanato. O que ela faz, imagina, eu não faço nunca”, afirmou.
Transformação
Na mãe de Wanda, brincos e pulseiras quebrados, pingentes com defeitos e peças esquecidas por suas donas porque saíram de moda tomam uma nova roupagem e são transformadas.
Mas não foi a vontade e sim a necessidade que fez com que Wanda descobrisse o seu talento. Ela faz isso há 44 anos, desde que a filha teve uma paralisia cerebral, aos 3 anos de idade. “No começo eu apanhei para fazer, mas depois eu fui pegando o jeito”, contou.
Há 12 saiu de São Paulo e se mudou para o interior do estado e por um tempo parou de fazer as peças, mas as despesas com alimentação e, principalmente, medicamentos para a filha, fez com que ela voltasse ao ofício.
“Eu fique doente com ela. Faz 47 anos que eu não saio para nada. Não porque eu não sinto vontade porque eu não tenho prazer”, disse emocionada.
Mesmo com a vista cansada, a mulher não se abala chega a trabalhar 4 horas sem se sentar. “Eu gosto de trabalhar de pé, rende”, justificou.
Fotos: Marlon Tavoni / EPTV
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