Idosa se plastifica para abraçar família pela 1ª vez após 100 dias isolada: ‘Emoção’

PUBLICIDADE

Aposentada Maria Aparecida Marzagão, de 74 anos, usa a criatividade para enfrentar a pandemia do novo coronavírus em Santos, no litoral paulista.

Por Mariana Nadaleto, G1 Santos

A aposentada Maria Aparecida Marzagão, de 74 anos, é uma daquelas pessoas que esbanja criatividade. Depois de criar ‘bonecas’ com looks que usaria na praiapara se entreter durante a pandemia em Santos, no litoral paulista, chegou a vez de encontrar uma forma segura para poder abraçar sua família novamente. Pensando nisso, ela resolveu usar o plástico como aliado nessa missão.

A quarentena causa pelo novo coronavírus está sendo muito complicada para quem tem ‘rodinha nos pés’, como a ‘Dona Cida’ se refere à si mesma. Porém, para ela, o mais difícil é ficar longe da família e ter que evitar todo tipo de contato físico. Após passar mais de 100 dias nessas condições, ela resolveu usar um saco plástico na cabeça e dois sacos de lixo nos braços para criar uma roupa protetora.

“Desde 15 de março. Eu saí de casa uma só vez para tomar a vacina da gripe. Mesmo com a abertura da praia, que eu tanto gosto, ainda não tive coragem de ir caminhar para não me expor. Por isso, meus filhos vêm uma vez por semana aqui em casa deixar as compras e marmitas para a semana, mas nem chegam a entrar, eles param na porta. Estava sentindo muita falta de um abraço”.

Por meio de um grupo nas redes sociais, a aposentada soube de uma colega que também havia usado um traje plástico para abraçar o filho. Ela começou a pensar em como poderia adaptar à sua realidade e conversou com uma das netas até encontrar a solução perfeita: um plástico que tinha guardado após receber uma cesta de café da manhã no Dia das Mães.

“Testei e deu certo. Na quarta-feira (1º), quando eles avisaram que estavam a caminho da minha casa, já me paramentei e, assim que abriram a porta, pulei em cima deles. Foi muita emoção, isso estava me fazendo muita falta, só de falar eu me emociono. Estava com muita saudade da minha família. É preciso muita criatividade para enfrentar esse período”.

Mesmo com os plásticos, Dona Cida não deixou de usar a máscara de proteção de pano por baixo, para garantir a segurança dela e da família. Por ser idosa, diabética e hipertensa, ela faz parte do grupo de risco do coronavírus e precisa redobrar os cuidados. Agora, resolveu comprar capas de chuva pela internet e, assim que chegarem, irá adaptá-las para poder abraçar o restante da família.

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT