A dona de casa Saula Maria Rabelo, de 52 anos, quando foi diagnosticada com hanseníase há 24 anos, já conhecia bem a doença, os perigos e o tratamento.
O medo de uma condição desconhecida é uma das piores formas de enfrentá-la. Para a sorte da dona de casa Saula Maria Rabelo, de 52 anos, quando foi diagnosticada com hanseníase há 24 anos, já conhecia bem a doença, os perigos e o tratamento. Isso porque seu marido à época havia sido infectado e, posteriormente, se curou. Como fez o tratamento correto, ele não teve nenhuma sequela, fato que a deixou mais tranquila por saber que quando passasse a tomar a medicação, não correria o risco de transmití-la.
“Eu tive que tirar um rim e o baço. Aí logo no período que eu estava me recuperando dos órgãos que foram tirados, eu percebi que na minha coxa havia uma mancha dormente. Eu fui no especialista, fui até no Hospital das Clínicas daqui de Fortaleza. Aí eu fui, e procurei o especialista de problema de pele. Aí foi constatado que eu tinha hanseníase”, conta.
Depois do tratamento e da cura, até a mancha na coxa de Saula desapareceu. Junto com o marido, teve três filhos, que hoje são adultos e casados. A mais velha, Paula, foi infectada pela hanseníase há quatro anos, e com a experiência dos pais, já sabia sobre as condições e o tratamento. Assim como eles, seguiu as orientações médicas à risca e ficou curada sem nenhuma sequela. Por conta da informação, a família não enfrentou preconceito, impediu que a cadeia de transmissão tivesse continuidade, e manteve a rotina em casa. Segundo Gerlania Martins, articuladora estadual do Programa de Hanseníase do Ceará, se todos os pacientes fossem como os da família de Saula, poucas pessoas teriam sequelas da doença.
“Não se justifica termos ainda pessoas chegando nos serviços de saúde com alguma sequela da hanseníase. Dependendo do estágio em que diagnosticamos a hanseníase, nos primeiros momentos, se for precocemente, nós vamos tratar com seis doses de medicamento. E num estado mais avançado, nós vamos tratar com doze doses. Então, varia de seis meses a doze meses, podendo, em caso de atraso, esse tratamento de seis meses ir até nove meses. E o tratamento de doze meses pode chegar até dezoito meses”, orienta.
Por isso, o importante é ficar atento aos sinais do seu corpo. Ao surgimento de qualquer mancha em que você perceba a perda ou diminuição da sensibilidade ao toque, calor ou frio, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menores as chances de sequelas. A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível gratuitamente no SUS. Por isso, não esqueça: identificou, tratou, curou. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/hanseniase. Ministério da Saúde, Governo Federal. Pátria Amada Brasil.