Sem o veículo, eles demoravam até três horas para ir ao trabalho com transporte público.
O esforço e a solidariedade de amigos de Araras (SP) ajudou três irmãos cadeirantes que perderam a perua que os transportava em um incêndio. Sem o veículo, eles levam horas para ir ao trabalho e voltar para casa.
Uma campanha arrecadou fundos e conseguiu comprar uma Kombi nova, que foi entregue hoje (28) para a família nas dependências da FHO | Fundação, pelo administrador do campus, Sérgio Luiz Theodoro.
Três horas para chegar em faculdade
O veículo ficou destruído após pegar fogo em novembro. Desde então, os irmãos Cleber Inácio, José e Matheus Martins, que têm uma doença muscular, passaram a depender do transporte público, o que causa transtornos na rotina.
Com o ônibus, só para irem à universidade onde trabalham como técnicos em informática, Cleber e José demoram quase três horas. Os irmãos eram levados na perua pelo pai José Inácio Martins, que trabalha como jardineiro na mesma universidade.
Todos iam e voltavam juntos para o trabalho, mas agora, no fim do expediente, Inácio vai embora de bicicleta e os filhos percorrem dois quilômetros até um ponto de ônibus, onde há mais opções de trajetos. A noiva de Cléber os acompanha.
Eles ainda têm que esperar por dois ônibus, já que o veículo só leva um cadeirante. “Se ônibus chega e tem outro cadeirante tem que esperar o próximo”, contou José.
Também pode ocorrer de o ônibus apresentar problemas na plataforma que leva o cadeirante até o interior do ônibus, o que causa mais demora ainda no caminho para casa. No dia da reportagem, em um ônibus a plataforma não abriu e no outro o motorista teve que forçá-la para que ela descesse.
Questionado, o serviço municipal de Transporte Coletivo de Araras (TCA) informou que todos os dias pela manhã são feitas vistorias nos ônibus e que, por alguns dias, houve problemas nas rampas por causa de um funcionário, mas ele foi afastado e o tudo foi resolvido.
Campanha
Vendo a situação da família com três cadeirantes e sem nenhuma condição de comprar outro veículo, amigos do trabalho se mobilizaram pelas redes sociais para arrecadar dinheiro.
“Dia de chuva eles tomam chuva, o ônibus é complicado, então ficamos bem sensibilizados, porque nos preocupamos com eles”, disse a auxiliar contábil Cristina Oliveira.
Eles também lançaram uma rifa que teve 2 mil números vendidos em uma semana. “A ideia sempre foi comprar a perua para suprir essa necessidade que ele tem com o transporte dos meninos. Um Natal”, comentou o administrador do campus, Sérgio Luiz Theodoro.