Jovem mata esposa estrangulada e se passa por ela para pedir dinheiro à família após crime

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Segundo uma tia da vítima, menos de 24 horas após matar a sobrinha, suspeito usou o celular para pedir dinheiro. Rapaz se entregou à polícia em Santos, no litoral paulista.

O ajudante de pedreiro de 20 anos suspeito de matar estrangulada a companheira, de 19, se passou pela vítima durante uma conversa por aplicativo de mensagens com a tia dela, horas depois do crime. Sabrina Wanessa da Silva Lima foi morta em Parelheiros, distrito localizado na Zona Sul do município de São Paulo, e o rapaz se entregou à Polícia Civil em Santos, no litoral paulista, após fugir.

O crime ocorreu por volta das 20h30 do dia 4 de novembro, conforme confessou o suspeito à polícia. Segundo o depoimento, ele e a vítima estavam casados há quatro meses, mas namoravam desde 2017. O ajudante afirmou que a matou porque descobriu que estava sendo traído, que a flagrou com outro, um conhecido dele. O corpo da jovem foi jogado em uma área de mata próxima ao imóvel onde moravam.

Menos de 24 horas após o crime, o rapaz usou o celular da esposa para entrar em contato com uma tia dela e pedir dinheiro. Francisca Rodrigues da Silva, contou que recebeu uma mensagem do número da sobrinha no último dia 5, por volta das 14h. Na conversa, ela pergunta se a familiar está bem, diz que brigou com o companheiro e que precisa de R$ 50.

“Eu fico toda me tremendo quando lembro disso. Ele se passou por ela, pedindo ajuda, dizendo que ela estava perdida e que saiu da casa dele sem destino. Comecei a desconfiar dessa história, mas, mesmo assim, fiquei preocupada e perguntando onde ela estava”, afirma. Segundo a tia, a sobrinha sabia muito bem andar por São Paulo, era muito esperta e não iria se perder pela cidade.

Ela conta que insistiu para saber onde Sabrina estava, mas o rapaz desconversava, dizendo que a bateria estava acabando e pedindo para que ela depositasse o dinheiro. “Eu disse que ia ver se conseguia fazer a transferência e pedi o número da conta. Ele mandou o número da conta dela e também o dele. Nessa hora, eu liguei para ela”, explica.

Ainda com a desculpa da baixa carga do celular, o rapaz não atendeu. Após algumas horas conversando com a tia, o suspeito conseguiu convencê-la a transferir o dinheiro. No entanto, a quantia foi para a conta de Sabrina e para a dele. Por volta das 18h45, o rapaz enviou outra mensagem avisando que a transação não tinha dado certo, e perguntando se Francisca havia mesmo transferido o dinheiro, pois não havia nada na conta e não sabia como ir embora.

Depois disso, segundo a tia, ela não conseguiu mais contato com o celular da sobrinha. Ainda segundo Francisca, o rapaz se propôs a ajudar a procurar por Sabrina, mas sempre dizia que não a havia encontrado.

“Ele foi muito frio. O tanto de tempo que ele falou comigo. Quando eu descobri isso, fiquei com muito ódio daquele menino”, finaliza.

Entenda o caso

O ajudante de pedreiro de 20 anos se entregou à Polícia Civil em Santos na última segunda-feira (9). Ele fugiu para o litoral ao ser expulso da comunidade em que vivia. À polícia, ele disse que flagrou a traição da companheira, mas a jovem inicialmente negou. Após diversas brigas do casal, ela teria confessado. Segundo o rapaz, ela teria debochado dele, o chamando de “corno” e “otário”. Depois disso, ele deu um ‘mata-leão’ em Sabrina e, em seguida, amarrou um fio de extensão e uma blusa para acelerar a morte dela.

Ele alegou que estava “tomado pela raiva”, mas que se arrependeu depois. O rapaz ainda disse à polícia que um amigo, para quem relatou o crime, avisou o que ocorreu para traficantes da região. Ele teve que se apresentar a eles e alega ter levado uma surra com as costas de uma faca.

A mãe da vítima deu outra versão às autoridades, relatou que a filha tinha dito a ela que queria ir embora da casa, mas que o rapaz não deixava. Sabrina ainda teria revelado à mãe que o suspeito vinha pegando dinheiro dela, e que ela não aguentava mais. Essa versão foi confirmada pela sogra da jovem, mãe do suspeito.

Quando o rapaz relatou à família de Sabrina que ela estava desaparecida, parentes começaram a procurar por ela, e o padrasto achou seu corpo no último domingo, em uma área de mata na Rua Frei Eustáquio. O caso foi registrado como homicídio qualificado no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo. O suspeito foi encaminhado para a Capital.

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