Alessandra da Silva foi presa na manhã desta quinta-feira. Ela confessou o crime, mas alega que agiu em legítima defesa.
O auxiliar de cozinha Luan Henrique Dantas, de 27 anos, morreu por volta das 18h desta quarta-feira, após ter 40% do corpo queimados durante uma briga com a ex-namorada , Alessandra da Silva, na comunidade Rio das Pedras , Zona Oeste do Rio, no último sábado. Luan foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde ficou internado em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos. Alessandra foi presa por policiais da 32ª DP (Jacarepaguá) na manhã desta quinta-feira.
Segundo pai de Luan, o taxista Ednaldo Dantas, de 47 anos, após sofrer as queimaduras, o filho retornou para casa pedindo por socorro e contou que a namorada havia ateado fogo nele. Foi o pai quem levou o jovem para a unidade de saúde. Ednaldo disse que o casal teve um relacionamento que durou um ano e estava há cerca de quatro meses separado.
— Eles não estavam mais juntos, mas um sempre ia atrás do outro. Eles já tinham se envolvido em uma briga e foram separados por uma vizinha. Meu filho voltou pra casa para espairecer e foi até a casa dela novamente pela manhã. Mal se passaram 20 minutos e eu fiquei sabendo o que tinha acontecido — contou o taxista.
Ex-namorada alega legítima defesa
Alessandra confessou o crime após ser presa, mas argumentou que agiu em legítima defesa ao receber ameaças do ex-namorado. A mulher disse à polícia que a discussão do casal foi motivada por ciúmes e que ela e Luan agrediram um ao outro na residência. Ela diz ainda que pegou uma garrafa de álcool na tentativa de amedrontar o ex-companheiro e obrigá-lo a a ir embora. Na versão de Alessandra, ela já estava com um isqueiro aceso para se defender de Luan, o que causou a combustão e deixou o rapaz gravemente ferido.
Alessandra foi localizada em Guaratiba, a cerca de 50 Km de distância do local onde ocorreu o crime. Ela deve responder homicídio doloso qualificado e teve a prisão temporária decretada com prazo inicial de 30 dias de duração.
Após a internação, amigos de Luan criaram uma campanha nas redes sociais com o objetivo de arrecadar fundos e transferir o rapaz para um hospital especializado, mas foram surpreendidos pela notícia da morte dele.
Pai e o filho nasceram na Paraíba. O taxista vive no Rio há mais de 20 anos e o filho morava com o pai há três. O enterro do jovem deve ser realizado em João Pessoa, onde vivem familiares.
— É uma situação que eu jamais imaginaria que pudesse acontecer. A ordem diz que são os filhos que devem enterrar os pais, não o contrário. Quero que seja feita Justiça. Ela deve pagar pelo que fez — disse Ednaldo.