Jovem que acusou PMs de agressão é indiciado por denúncia caluniosa

PUBLICIDADE

Agni Paganini Calvo denunciou militares por roubo e agressão, mas imagens de câmeras de segurança mostram que ele foi agredido por moradores de rua.

O estudante Agni Paganini Calvo foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais por denunciação caluniosa por acusar dois policiais militares de agressão e roubo no fim do ano passado. O jovem, que mora fora do país e passava o Natal em Belo Horizonte, teve a mandíbula quebrada e levou quatro pontos no queixo, disse que foi abordado por uma viatura, agredido pelos militares e deixado sangrando em uma calçada após sair de uma boate na região Centro-Sul da capital mineira.

A família do jovem denunciou o caso à Ouvidoria da Polícia Militar e a Corregedoria da instituição concluiu que não houve agressão por parte dos militares, que foram acusados injustamente. 

Investigação

Segundo investigação da Polícia Civil, relatos de testemunhas que estavam na boate naquele dia e imagens de câmeras de segurança em prédios e comércios da região mostram que Agni deixou o estabelecimento aparentemente bêbado, pouco antes das 2h da manhã e amparado por duas pessoas, dentre elas um dos seguranças do local. 

As imagens mostram o momento em que o estudante sai correndo pelas ruas do bairro e cai em frente a um prédio. Minutos depois ele é roubado, agredido e arrastado por dois moradores de rua. 

De acordo com a delegada Cinara Rocha, um motorista de aplicativo que passava pelo local levou o jovem até uma companhia da Polícia Militar que fica próximo ao local. Os PMs que estavam de plantão teriam chamado o Samu para prestar atendimento, mas Agni fugiu do local e foi encontrado novamente caído por uma viatura, também na mesma região. 

— Os militares colocaram ele sangrando, bastante agredido na viatura para prestar o socorro devido no Hospital João 23. Mas, passando por uma rua próxima à boate em que ele se encontrava, o rapaz disse que estava próximo do prédio de uma tia, onde ele estava hospedado, e os policiais o deixaram lá. 

Denunciação caluniosa

No dia seguinte, Agni registrou um boletim de ocorrência em que relatava que havia sido agredido pelos policiais que estava na viatura. Segundo a delegada, o jovem manteve a versão durante as investigações até o momento em que viu as imagens de câmeras de segurança. A partir desse momento, ele passou, então, a dizer que estava confuso e que não sabia o que havia acontecido direito naquele dia. 

— A apuração do crime cabe à polícia. O que ele fez incorre no crime de denunciação caluniosa, que é fazer instaurar procedimento contra alguém sabendo que ela não é culpada. 

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT