Jovem que teve braço amputado após meningite fica famosa com tutorial de make

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Milena Nenemann teve as mãos e os pés amputados.

Por Marília Moraes*, G1 Sorocaba e Jundiaí

Com apenas 19 anos, Milena Nenemann já é exemplo de superação. Após contrair meningite, a jovem precisou amputar as mãos e os pés. Porém, superou as dificuldades e ganhou visibilidade nas redes sociais com vídeos em que aparece se maquiando com uma mão biônica.

A repercussão foi tanta que um empresário de Sorocaba (SP) decidiu presentear a garota, que mora no Paraná, com três próteses sob medida para melhorar a qualidade de vida dela e ajudá-la a viver normalmente.

O canal da jovem no Youtube foi criado há quatro meses e, por enquanto, só tem um vídeo. Neste período, o tutorial de maquiagem recebeu mais de 6,2 mil visualizações (Assista abaixo).

“Pretendo continuar com o canal. No momento, não tenho muito tempo, estou estudando muito, mas em breve vou postar mais tutoriais”, explica.

Milena comenta que ama se maquiar, mas que no começo precisou de ajuda. “No começo pedia para minha mãe e minhas amigas me maquiarem, mas não ficava do jeito que eu gostava. Então, eu mesma decidi fazer e foi assim que começou”, explica.

Segundo a jovem, após a amputação, o talento para fazer maquiagem até melhorou. “Eu precisei aprender tudo de novo e o resultado valeu a pena, hoje me maquio melhor que antes.”

Período de adaptação

O responsável por fornecer as próteses, Nelson Nolé, se comoveu com a história da menina e ficou surpreso com o talento dela para se maquiar.

“O tempo de adaptação à prótese varia de paciente para paciente. Agora a Milena poderá andar de salto alto pelo fato de usar prótese do pé de salto. Daqui para a frente é vida normal”, conta.

A mão biônica que Milena recebeu reproduz até 14 movimentos, como fechar a mão, pinça e apontar os dedos. “No começo é preciso se acostumar, mas depois vira rotina. Uma prótese dura em média de 5 a 10 anos”, continua Nelson.

Segundo o empresário, quanto maior for a amputação, maior o grau de dificuldade da pessoa na hora de se adaptar à prótese.

“Quando uma perna ou um braço é amputado acima do joelho ou cotovelo, a dificuldade é maior por não ter as articulações, mas com a Milena é diferente. Ela permaneceu com os cotovelos e joelhos, o que tornou o processo mais fácil. A vida não acabou, é uma nova fase.”

“Em fevereiro eu recebi a notícia de que teriam que amputar meus membros, pois tinha faltado oxigênio para as extremidades do corpo, como pés e mãos. Em março recebi alta e em julho comecei a reabilitação com as próteses”, lembra.

A jovem conta que chegou a ficar 10 dias em coma induzido e relembra com carinho o apoio que recebeu dos amigos e familiares.

“Eu lembro que, mesmo em coma, eu sentia muita sede, também ouvia algumas coisas e sonhava muito, sonhos muito reais. Quando eu acordei, não sabia onde estava e achei que todos aqueles sonhos loucos eram verdade.”

“Eu sempre fui muito positiva. Os médicos disseram que ou amputavam meus membros ou eu morria, eu escolhi viver”, comenta.

Uma vez curada, Milena deu início a um curso de Nutrição e afirma que hoje é totalmente independente. Nas horas livres, gosta de assistir séries, ficar com a cachorra e sair com os amigos.

“No começo, eu dependia de alguém para tudo, hoje não mais. Moro sozinha e nunca me limitei a nada, faço tudo o que eu quero. Agora posso usar salto alto, dois anos depois. A limitação está na cabeça das pessoas”.

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