Débora da Silva, de 24 anos, ainda é suspeita de ultrapassar o sinal vermelho em cruzamento. Acidente em 12 de fevereiro matou Ruth de Oliveira, de 29 anos, e deixou amiga da ré ferida.
A Justiça determinou que a cozinheira Débora da Silva, de 24 anos, seja levada à júri popular pela acusação de pilotar a moto embriagada e sem carteira de habilitação, e causar o acidente que terminou com a morte de Ruth Seixas de Oliveira, de 29 anos, em Sertãozinho (SP).
Em decisão assinada nesta terça-feira (29), a juíza Paula Aguiar Pizeta de Sanctis afirma que “a materialidade delitiva restou comprovada”. Débora responde por homicídio doloso e lesão corporal leve – este último crime em relação à amiga dela, que estava na garupa da moto. A cozinheira responde ao processo em liberdade.
“Anote-se que a acusada, ao dirigir sob a influência de álcool e sem habilitação, assumiu o risco de produzir os resultados com sua conduta (morte e lesão corporal leve)”, diz a magistrada na sentença. A data do julgamento ainda não foi determinada.
Débora também é acusada de ultrapassar o sinal vermelho do semáforo no cruzamento da Avenida Antônio Paschoal com a Rua José Bonini, onde ocorreu a colisão na madrugada de 12 de fevereiro deste ano. Ruth morreu no local antes mesmo de ser socorrida.
Segundo a juíza, laudo pericial aponta que a morte da vítima “ocorreu de maneira violenta, tendo como causa básica um acidente de trânsito com politraumatismos, trauma crânio encefálico com fraturas de base de crânio e lesões em ponte e tronco encefálico”.
Imagens de câmeras de segurança mostraram que, na madrugada de 12 de fevereiro, Ruth seguia de moto pela Rua José Bonini para casa, quando foi atingida pela moto ocupada por Débora e pela amiga dela no cruzamento com a Avenida Antônio Paschoal.
A juíza afirma ainda na sentença que a Secretaria Municipal de Obras não identificou “anormalidade no funcionamento do sistema semafórico do local dos fatos”. Além disso, um perito apontou que Débora “deu causa ao acidente” ao passar com sinal na cor vermelha.
Como não havia bafômetro disponível, a cozinheira concordou em fazer a coleta de sangue para análise. Ela e a amiga contaram que, no dia do acidente, foram a um bar e consumiram cerveja. Logo depois, as duas seguiram a uma lanchonete, onde ficaram por 40 minutos.
Fotos postadas em uma rede social por Débora mostram que ela havia ingerido bebida alcoólica. No entanto, a cozinheira negou à Justiça que tenha escrito a legenda “Se for dirigir, não consuma bebida alcoólica” nas imagens.
A jovem contou à polícia que se sentia apta a pilotar, mas que não se lembrava das cores do semáforo ao passar pelo cruzamento da Avenida Antônio Paschoal com a Rua José Bonini. Ela também negou que estivesse correndo, embora não tenha indicado a velocidade.
A moto pertencia ao pai dela e havia sido usada sem que ele soubesse. O inquérito sobre a morte de Ruth foi concluído no final de março. Dois meses depois, a Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público. O caso tramita na 2ª Vara Criminal de Sertãozinho.