Madrasta é presa por agressão contra menina de três anos

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Em depoimento às escrivãs Silvana e Tatiana, a madrasta da menina contou que conheceu o pai há cerca de cinco meses.

Poucas horas após ser informada, na manhã desta segunda-feira (25), da entrada de uma menina de três anos no hospital, vítima de agressões que lhe causaram perfuração no intestino, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Jundiaí (SP) obteve na Justiça mandado de prisão contra a madrasta da criança, de 22 anos, moradora no Jardim Tamoio.

A mulher foi levada para ser ouvida na unidade – considerada especializada da Policia Civil – e seu depoimento embasou o requerimento de prisão feito pela delegada Renata Yumi Ono ao Poder Judiciário, que o concedeu no começo da noite. Ela irá cumprir a medida no Centro de Triagem de Itupeva e pode ter o mandado convertido em prisão preventiva, o que a deixaria atrás das grades até o julgamento do processo.

De acordo com a investigadora-chefe Lilian Picchi, responsável pela ação que localizou e prendeu Jaqueline Ramos da Silva, o estado de saúde da menina ainda inspira cuidados. Ao receber alta – passou por cirurgia na UTI -, ela deve ser entregue pelo Conselho Tutelar à avó materna, que deve ganhar sua guarda.

Em depoimento às escrivãs Silvana e Tatiana, a madrasta da menina contou que conheceu o pai há cerca de cinco meses. Na mesma semana, o casal passou a morar junto na casa do homem, levando para lá os dois filhos dela, de três e seis anos.

A criança agredida, filha do morador, vive com o pai em razão de a mãe ser usuária de drogas, apurou Lilian. Ela contou que, ao indagar Jaqueline sobre as lesões sofridas, a madrasta confessou ter batido na criança, mas negou que as agressões lhe tivessem causado a perfuração no intestino.

“Ela [a menina] é mimada e chora por tudo. Na semana passada, ela encostou a mão no fogão e eu dei um soco na sua mão direita e belisquei o braço. Depois, mandei ir para o quarto”, disse a madrasta.

Ela contou ainda que a enteada é muito apegada ao pai, e que voltou a bater na criança quando ela chorou ao ver o genitor sair para trabalhar. Na ocasião, disse ter dado uma chinelada em cada joelho da menina e um soco em seu queixo.

Sobre lesões encontradas nas costas da criança, Jaqueline argumentou que teriam sido provocadas por seu filho de seis anos, durante brincadeira com a enteada. O ferimento foi causado por uma grade de fogão, disse ela, que chorou bastante durante o depoimento.

Hospital

A menina deu entrada no hospital durante a manhã desta segunda-feira. Conforme relato da tia da criança, seu cunhado a levou ao hospital, mas abandonou o local enquanto a filha recebia atendimento médico.

Em depoimento, o homem negou que tivesse abandonado a menina, alegação que foi confirmada pelo setor de investigações da DDM. Segundo a investigadora Andréa, ficou apurado que o homem nunca bateu na filha e, ao ser informado de que ela passaria por cirurgia – e que não poderia acompanhar o atendimento -, saiu para procurar a companheira, que já não estava mais em casa – foi embora, com medo, levando os dois filhos.

As policiais da DDM informaram ainda que, ainda segundo o depoimento, o pai nunca presenciou a companheira batendo em sua filha. Ao ser informado do ocorrido, ajudou os policiais a localizá-la para que fosse presa.
Jaqueline irá responder por crime de tentativa de homicídio qualificado. Ela não registrava antecedentes criminais.

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