A mãe de Anthony Daniel de Andrade Moraes, que foi morto após levar socos e dentadas, está vivendo escondida e com medo de linchamento após ser sequestrada por bandidos.
A mãe do bebê que morreu espancado em Praia Grande, no litoral de São Paulo, responde ao processo por falso testemunho em liberdade e falou, pela primeira vez, sobre a morte do filho. Ela tem vivido em outra cidade da região, em segredo, e tem recebido ameaças de morte pelas redes sociais, tendo medo de sair na rua e ser reconhecida após ser sequestrada por bandidos.
Giulia de Andrade Cândido, de 21 anos, culpa o padrasto pela morte do bebê. “Meu erro foi confiar em um homem que se mostrava um bom padrasto. Sou uma mãe que perdeu seu bebê, não uma criminosa”, desabafa.
A mãe de Anthony Moraes, de um ano e três meses foi liberada da Delegacia de Polícia Sede de Praia Grande, na terça-feira (7), após uma audiência de custódia. Ela responderá ao processo por falso testemunho em liberdade. O pequeno Anthony morreu com mordidas de adulto no rosto e diversas fraturas espalhadas pelo corpo. O padrasto, Ronaldo Silvestrini Junior, de 22 anos, teve a prisão preventiva decretada por homicídio triplamente qualificado.
Abrigada em uma cidade da Baixada Santista, que prefere não revelar qual, a jovem explica que deixou a delegacia sem dinheiro e está vivendo a base de doações. “Eu estou com medo de ser linchada. Mandaram mensagens me ameaçando e agora tenho medo de sair de casa. Não sei como vou desmanchar essa imagem que criaram de mim”, afirma.
Na noite desta quarta-feira (9), Giulia foi resgatada pela Polícia Militar após ter sido sequestrada e mantida em cativeiro de uma facção criminosa para passar pelo julgamento do ‘tribunal do crime’. No momento em que os agentes chegaram para o resgate, três bandidos armados faziam a segurança do cativeiro e aguardavam a ordem para matá-la.