Mãe denuncia caso de racismo contra filho de 3 anos fantasiado de macaco em escola municipal de SP

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Na última sexta-feira (27), professora escolheu criança negra, que já estava caracterizada como palhaço, para usar máscara de macaco. Secretaria da Educação diz que está apurando o caso.

Após a denúncia da mãe de uma criança de três anos que afirma que o filho foi vítima de racismo na última sexta-feira (27) em uma escola da rede municipal em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, a unidade escolar divulgou um comunicado pelas redes sociais em que afirma estar “indignada” com a acusação, que seria “injusta”.

Segundo a mãe do menino, ele foi para a escola vestido de palhaço para uma festa com o tema de circo. Porém, as professoras fizeram com que ele usasse uma máscara de macaco, enquanto outras crianças cantavam uma música que dizia “você virou, você virou um macaco”.

No comunicado da escola, que é administrada pela Associação Evangélica Monte Carmelo, ela afirma que “todas as medidas judiciais já estão sendo tomadas para o devido esclarecimento real dos fatos”.

A denúncia

Stephanie Silva, mãe da criança, contou que o Centro Educacional Infantil (CEI) Monte Carmelo II enviou um aviso aos pais para que mandassem as crianças fantasiadas com o tema “circo” durante a comemoração dos aniversariantes do mês. Ela então decidiu comprar uma fantasia de palhacinho e vestiu a criança com calça, suspensório, gravata, nariz vermelho e pintura facial.

No dia seguinte, ela afirma que se chocou ao ver um vídeo postado no Instagram da escola, em que seu filho aparecia com uma máscara de macaco enquanto as outras crianças cantam uma música que afirma “você virou, você virou um macaco”.

“Ele não pediu para ser o macaco, a professora escolheu ele. Ele é uma criança muito alegre, muito ‘espoleta’, e no vídeo dá pra ver que ele está desconfortável, está perdido ali”, afirma a mãe.

“Foi uma atividade para todas as crianças. Por que escolher meu filho para ser o macaco? Por que uma criança preta, sendo que ele já estava com roupa de palhaço? Toda vez que falo [sobre o assunto~], já começo a tremer. Eu já sofri muito preconceito e aguentei calada. Mas estou num processo de descoberta, inclusive fazendo transição capilar. Então tocou em uma ferida aberta.”

Stephanie também questiona a atitude da escola depois do fato. Segundo a mãe, não houve nenhum tipo de retratação. Após apagar comentários que criticavam a situação, a escola enviou uma mensagem privada no Instagram da mãe dizendo apenas que se tratava de um mal-entendido.

Stephanie decidiu registrar um Boletim de Ocorrência no 64° DP da Cidade AE Carvalho.

Em nota, a Secretaria Municipal da Educação afirmou que o “caso será apurado e a Diretoria Regional de Educação (DRE) notificará a Organização da Sociedade Civil (OSC) responsável pela unidade para esclarecimentos, sob risco de penalização, conforme legislação. A DRE está à disposição da responsável pela criança”.

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