Mãe negociou doação ilegal de criança por grupos em rede social, diz polícia

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Receptora disse que pagou pelo parto para que mãe doasse criança.

A mulher suspeita de sequestrar uma criança recém-nascida em Santa Rita do Sapucaí (MG) e levar para o Mato Grosso conheceu a mãe da criança através das redes sociais. Segundo a Polícia Civil, elas teriam negociado a doação ilegal da criança após conversas em grupos na internet.

“Elas se conheceram, isso também tem que ser analisado, através de um Facebook, de uma página que se chama ‘Adoção espontânea’, através dessa página tem acesso a links de grupos no WhasApp e elas se conheceram através de um grupo denominado ‘A última esperança’, no quais lá tem várias conversas de pessoas que querem adotar e de pessoas que querem doar os seus filhos. O próximo passo que vai decidir é o juiz da Vara de Infância e Juventude de Santa Rita do Sapucaí”, disse o delegado regional de Pouso Alegre, Renato Gavião.

A mulher suspeita do sequestro foi ouvida na Delegacia de Pouso Alegre (MG) na noite desta quarta-feira (25). Ela disse que pagou o parto da criança e que a bebê foi entregue a ela com o consentimento da mãe.

Agente de viagens disse que mãe concordou em doar a criança em MG (Foto: Reprodução EPTV / Ricardo Caroba)

Agente de viagens disse que mãe concordou em doar a criança em MG (Foto: Reprodução EPTV / Ricardo Caroba)

“Eu perguntei pra ela, você tem certeza que é isso que você quer, você vai dar mesmo, porque eu vou pagar o seu parto, eu vou ter gasto. Ela afirmou ‘eu vou dar, eu não tenho condições de ficar com essa criança’. Eu já perdi três vezes um filho com esse meu (marido) atual e pouco tempo atrás eu descobri que ele não poderia mais ter filhos”, disse a agente de viagens Patrícia Severino da Silva.

Conforme a polícia, a mãe da criança teria se arrependido da doação e depois fez uma falsa denúncia de sequestro.

“Nós estamos trabalhando, o delegado do caso irá trabalhar nesse sentido, de uma denunciação caluniosa por parte da mãe biológica. Então nesse caso ela responderia por ter iniciado todo esse aparato policial através de uma denúncia falsa. A Patrícia consta a ela um mandado de prisão, então ela vai ficar presa até uma decisão judicial posterior”, completou o delegado.

Polícia Civil buscou criança que teria sido raptada em MG no Mato Grosso (Foto: TV Centro América / Paulo Sérgio)

Polícia Civil buscou criança que teria sido raptada em MG no Mato Grosso (Foto: TV Centro América / Paulo Sérgio)

Conforme a polícia, a agente de viagens deverá permanecer presa até que uma decisão judicial reverta a situação. Conforme a polícia, a mesma mulher já foi presa em 2011 por ter sequestrado uma criança de uma maternidade em Rondônia. Ela também tem histórico por porte de documentos falsos.

“Ela já foi processada e condenada no estado de Rondônia, uma vez que ela teve um parto que não foi bem sucedido, no que a criança morreu e posterior a isso, ela subtraiu uma criança que estava na maternidade e foi pega pela polícia depois de 1h30”, disse o delegado regional Renato Gavião.

A criança foi levada para um abrigo em Santa Rita do Sapucaí, onde deverá ficar até que a investigação seja concluída.

Segundo a polícia, mãe e agente de viagens se conheceram nas redes sociais (Foto: Reprodução EPTV / Ricardo Caroba)

Segundo a polícia, mãe e agente de viagens se conheceram nas redes sociais (Foto: Reprodução EPTV / Ricardo Caroba)

“Estava muito bem de saúde, ela é uma criança muito calma, muito tranquila, dormiu a maior parte da viagem”, disse a investigadora Raquel Belo Zambeli.

A agente de viagens negou que tenha sequestrado a criança. “Eu to arrependida porque olha onde eu estou né? Agora eu vou pagar por um crime que eu não fiz, porque eu não sequestrei criança, ela estava ciente de tudo que ela fez”, completou Patrícia.

Prisão e suspeita de sequestro

A recém-nascida teria sido levada de Santa Rita do Sapucaí por Patrícia Severino da Silva, de 28 anos. A mulher foi presa na última sexta-feira (20) ao chegar na Rodoviária de Cuiabá com a criança. Para a polícia, a suspeita disse que a mãe havia dado a criança para ela, alegando que não tinha condições de cuidar da menina. Já a mãe disse que a mulher conquistou a confiança dela e depois roubou a bebê.


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