Para ajudar novos empresários de máscaras de pano a ganhar dinheiro, nossa reportagem conversou com Davi Jerônimo, consultor do Sebrae-SP.
Uma nova modalidade de negócio está bombando nas grandes cidades. É a venda de máscaras de pano. O produto virou objeto desejo depois que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, dizer que elas funcionam como uma barreira eficaz na prevenção contra o coronavírus.
Desde então, surgiram milhares de vendedores de máscaras de pano, a grande maioria profissionais de áreas prejudicadas pelo coronavírus que encontraram no negócio uma oportunidade de fazer algum dinheiro, e ganharam muitas versões.
Uma delas é a empresária Adriana Futema, que teve que fechar seu restaurante na Lapa (zona oeste de São Paulo), e começou a fabricar máscaras de pano. “Comecei fazendo a preço de custo, quase sem lucro, para ajudar pessoas que estavam sem. Mas começou a ter muita procura e já está difícil de dar conta de fazer tanta máscara”, conta Adriana.
A artesã Patrícia Victor, de Caçapava, aproveitou sua experiência com patchwork para fazer máscaras para parentes, amigos e agora para vender. O diferencial é que suas máscaras são personalizadas (os clientes mandam as medidas do rosto para ela). Apesar de usar pouco material (pano e elástico), Patrícia diz que a confecção da máscara é trabalhosa. “Como sou detalhista, levo quase uma hora em cada uma delas”, diz.
Para ajudar novos empresários de máscaras de pano a ganhar dinheiro, nossa reportagem conversou com Davi Jerônimo, consultor do Sebrae-SP. Veja abaixo as dicas:
Saiba colocar preço
Uma das dificuldades dos novos empresários é colocar o preço justo do que estão comercializando. No caso da máscara, por exemplo, Adriana vende por R$ 5, enquanto Patrícia cobra R$ 8. Nas redes sociais, o produto chega a custar R$ 20.
“É preciso colocar na ponta do lápis o custo que a pessoa vai ter com a fabricação, como tecido, elástico, água, luz, aluguel, mão de obra. Se vender com nota, vai ter que incluir o custo do tributo. Depois de tudo isso, tem que acrescentar a margem de ganho”, ensina o consultor.
Vender apenas o que consegue entregar
Se o negócio começar a bombar, Jeronimo alerta que o empresário deve ter cuidado para não vender mais do que sua capacidade de entrega.
Não está dando conta? Pense numa parceria
Para quem não está dando conta, Jerônimo sugere um trabalho associativo. “Às vezes é mais fácil se juntar com outras pessoas para ter um volume maior de produção.”
Analise a região de entrega
Como esse tipo de trabalho é mais artesanal, o empresário tem que verificar se vale a pena entregar fora da sua região. Se quiser oferecer o serviço de entrega, coloque o custo no preço do produto ou cobre separadamente a taxa de delivery.
Cuidado com a comunicação
Jerônimo diz que a dificuldade dos pequenos artesãos é cuidar de toda a comunicção com o cliente. “É preciso atendê-lo, responder às dúvidas e estar pronto para receber novos chamados. Se ficar difícil fazer isso sozinho, procure uma parceria.”
Não faça muito estoque
Olha só que dificuldade: apesar da alta demanda, a recomendação de Jerônimo é não ter um estoque muito alto de máscaras. É que esse é um produto sazonal, então não dá para saber por quanto tempo haverá demanda.