Indiciamento se refere a crimes contra três vítimas. Segundo advogada que representa vítimas, homem já foi condenado anteriormente pelo mesmo tipo de crime.
A Polícia Civil informou, nesta quarta-feira (22), que indiciou um massagista, de 52 anos, por violação sexual mediante fraude em Belo Horizonte contra três vítimas. O caso foi revelado pelo g1 Minas em maio. Inicialmente a polícia informou que o indiciamento foi por importunação sexual, mas corrigiu a tipificação do crime às 16h20.
Antônio Henrique da Silva é mais conhecido como “Henrique Natureza”. Segundo a polícia, ele aguarda o andamento do processo em liberdade. As investigações foram conduzidas pela Delegacia Especializada em Investigação à Violência Sexual.
As apurações apontam que alguns dos fatos ocorreram em 2020, o que não impediu que o suspeito fosse indiciado. A delegada Cristiana Angelini afirma que, mesmo dois anos depois, foi possível produzir provas suficientes para embasar o indiciamento.
Denúncia das vítimas
Segundo relato de uma das vítimas à Polícia Militar, ela conheceu o suspeito por meio das redes sociais.
Percebendo que se tratava de uma influencer, o massagista imediatamente ofereceu um pacote de serviços, no qual ela teria que divulgar os serviços dele. Em troca, a mulher receberia um procedimento denominado de “pump”, que consiste, segundo o depoimento da vítima, em “levantar o bumbum”.
Ela então informou que não estaria interessada nesse tipo de trabalho, e que na verdade iria preferir o serviço de massagens na região da barriga, e que, inclusive, pagaria por isso. No entanto, ela foi convencida a aceitar o “pump”, ofertado de maneira gratuita pelo suposto massagista.
A vítima compareceu à clínica na data marcada para iniciar o procedimento e, durante a sessão, percebeu que o massagista passava as mãos em suas partes íntimas de maneira agressiva. Quando ele tentou repetir o mesmo movimento, ela reclamou e ele parou.
De acordo com o boletim de ocorrência, “a declarante ressaltou que após o procedimento passou a sentir dores nas partes íntimas devido à violência sofrida”. No mesmo documento, uma segunda vítima declarou que o homem passou quantidade exagerada de óleo e durante a massagem introduziu o dedo na vagina dela.
‘É um estelionato sexual’
A advogada Thalita Arcanjo está à frente da defesa de cinco vítimas. Ao g1 Minas, na manhã desta quarta-feira, afirmou que estava na delegacia para se atualizar sobre o caso.
Segundo a advogada, em 2020 o massagista já havia sido condenado pela Justiça, em duas instâncias, pelo mesmo tipo de crime, mas foi beneficiado com a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos.
“Precisamos encorajar as outras vítimas, é um crime de violação sexual mediante fraude, é um estelionato sexual. É muito triste e muito sério”, disse a advogada, acrescentado que um homem já condenado pelo mesmo tipo de crime precisa ser parado.
De acordo com a Polícia Civil, até o momento, quatro procedimentos de investigação foram abertos. Três já foram concluídos e um segue em andamento. Segundo a advogada, a quinta vítima já está tomando as medidas para que seu caso também possa ser apurado. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do suspeito.