‘Medo de retaliação’ impede pedido de socorro para Ísis, diz mãe

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O celular de Jennifer despertou às 6h15, quando a mulher percebeu que a menina estava morta”.

Jennifer Natalia Pedro, de 21 anos, que cumpre prisão temporária na Penitenciária Feminina de Mogi Guaçu (SP), revelou nesta quarta-feira (22) às autoridades policiais responsáveis pela investigação da morte da menina Ísis Helena, em Itapira (SP), os motivos que a teriam impedido de acionar o socorro médico para a filha, a quem havia encontrado “fria, com espuma e leite no canto da boca” após ter sofrido uma convulsão – a provável causa da morte da criança – na casa dos avós maternos, onde morava também com outro filho, um menino de três anos. As informações são da Record TV.

De acordo com o depoimento prestado na delegacia, nas primeiras horas do dia 2 de março, Jennifer constatou que a menina – nascida prematura, portadora de microcefalia e que fazia uso de remédios controlados – estava com febre. Por isso, ministrou oito gotas do medicamento Ibuprofeno. Em seguida, ambas dormem. O celular de Jennifer despertou às 6h15, quando a mulher percebeu que a menina estava morta”.

Jennifer disse que, ao ver a filha morta, se desesperou e pensou em acionar uma equipe do Samu, mas não o fez por “medo do que poderia lhe acontecer, já que a família do pai de Ísis vivia fazendo denúncias mentirosas e tentaria ficar com a guarda da criança. Tinha medo da retaliação que que poderia sofrer por parte da família. Ficou com medo da sua segurança, pois a região que morava era perigosa”, descreveu o apresentador do programa Cidade Alerta, Luiz Bacci.

Na sequência, Jennifer colocou o corpo da filha em uma mochila, seguiu de moto até uma ponte sobre o rio do Peixe, na zona rural da cidade. No local, a jovem retirou o corpo da filha da bolsa e o soltou na água. Ela disse que viu a bebê afundar, emergir e depois ser levado pela correnteza. “Portanto, não teve culpa na morte de Helena, mas apenas na ocultação do cadáver”, complementou Jennifer.

Depois, a mulher retornou para a casa dos avós, onde morava, levou o filho para a creche, a avó até uma agência bancária e deu início à versão pela qual sustentava que a menina havia sido sequestrada.

Prisão renovada e buscas pelo corpo
 

O prazo da prisão temporária decretada pela Justiça está prestes a terminar. Assim, a Polícia Civil deverá fazer uma nova solicitação para renovar a reclusão da suspeita. O advogado da família do pai de Ísis, Roberto Guastelli, teme pela soltura de Jennifer e pede que ela seja indiciada por homicídio com dolo eventual – quando o acusado assume o risco de matar com as suas atitudes.

Jennifer também indicou aos policiais a localização exata de onde havia deixado o corpo de Ísis. Com a nova informação, equipes de resgate, formadas pelo Corpo de Bombeiros e da GCM (Guarda Civil Municipal) iniciaram novas buscas na região, nesta quarta-feira (22).

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