Menina de 1 ano e 10 meses é socorrida com cerca de 100 larvas na cabeça

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Uma menina de 1 ano e 10 meses foi socorrida com cerca de 100 larvas na cabeça, popularmente conhecidas por “tapurus”, no Hospital Maria Lucinda, na Zona Norte do Recife, segundo o conselheiro tutelar Ozéias Paulo, que acompanha o caso. A menina Y.V.M.R. teve alta e foi encaminhada a um abrigo de acolhimento na quarta-feira (10).

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que um inquérito foi aberto para apurar o caso. A investigação está sob a responsabilidade da delegada Thaís Galba, do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA).

Ozéias contou que a menina recebeu tratamento desde o dia 3 de abril. Tudo começou quando a mãe sentiu um cheiro forte, constatou que havia secreção na cabeça da garota e procurou ajuda médica.

“O primeiro atendimento ocorreu em uma unidade básica de saúde, que enviou a criança para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Depois, o caso foi encaminhado ao hospital”, disse Ozéias.

De acordo com o hospital, a menina passou por uma cirurgia para a retirada da infestação no couro cabeludo e precisa continuar tratamento nos postos de saúde para renovar os curativos, mesmo após a alta médica.

“No primeiro dia de tratamento, foram retirados 45 tapurus. No segundo, outros 14”, disse Ozéias, apontando que foram, ao todo, cerca de 100 larvas retiradas da cabeça da menina.

Segundo o conselheiro, a perfuração feita na cabeça da menina pela infestação parecia o buraco de um disparo de arma de fogo. A imagem é forte.

Além da infestação, o Conselho Tutelar constatou que a criança estava com o cartão de vacina desatualizado. Com isso, a situação é considerada caso de negligência familiar e maus-tratos pelos conselheiros.

“Procuramos conhecer a situação da família e descobrimos que seis irmãos moram na mesma casa que a menina, no bairro da Macaxeira, na Zona Norte da capital. Três deles são negligenciados intelectualmente, não estudam há pelo menos dois meses e também estão com os cartões de vacina desatualizados”, relatou.

Em uma consulta aos dados da unidade de saúde do bairro onde a família mora, o conselheiro apurou que a última visita da mãe das crianças ao ponto de atendimento foi registrada há dois anos.

O Conselho Tutelar procurou os avós maternos da criança para que a menina ficasse com parentes, mas constatou que não seria possível deixá-la com eles.

“Os avós da menina moram praticamente na mesma casa da criança. Ela teria total acesso aos pais. Os responsáveis têm o papel de cuidar, educar e proteger, mas eles violaram os três deveres”, afirmou Ozéias.

Em decisão colegiada, o Conselho Tutelar decidiu fazer o acolhimento institucional da criança e encaminhá-la para um abrigo à disposição da Vara da Infância e Juventude. O destino dos irmãos da menina ainda é avaliado pela instituição.

O conselheiro afirmou, ainda, que está organizando a documentação para notificar o Ministério Público (MP) e a DPCA sobre o caso.

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