Menina de 2 anos morre após se ferir com presente que havia pedido para a família no Natal

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Mãe conta que o sonho da pequena Eloah era ganhar uma bicicleta de presente. O acidente aconteceu quatro dias antes da morte por choque séptico. Ela foi sepultada em Peruíbe, no litoral paulista.

Uma menina de dois anos morreu devido a uma infecção generalizada por conta de uma bactéria após um ferimento causado pela queda da bicicleta que havia acabado de ganhar no Natal. Ela foi velada e sepultada em Peruíbe, no litoral de São Paulo, após dois dias de insistência da família para trazer o corpo dela para a Baixada Santista.

A pequena Eloah Maiane Freire dos Santos, de dois anos, tinha o sonho de ganhar uma bicicleta no Natal, segundo contou sua mãe, Lucineide dos Santos. A família estava vivendo em Santa Catarina. A menina ganhou o veículo e, logo, quis testá-lo e tentou pedalar no último dia 25. Durante a brincadeira, ela caiu e se machucou.

A mãe só ficou sabendo do ferimento, nas partes íntimas, quando no dia seguinte a região apresentou inchaço. Como estava reclamando de dor e também estava com febre, os pais a levaram a um hospital público. Ela foi examinada — segundo a mãe superficialmente —, e recebeu remédios para a dor e febre. “Falaram que era uma íngua [inflamação]”, relembrou a mãe.

“Eloah era uma menina muito gentil, doce, que não gostava de ver ninguém triste. Era muito sincera sobre tudo. É um pecado uma criança de dois anos passar por tudo isso”, desabafou a mãe.

A menina continuou reclamando de fortes dores e, no dia 27, a região da ferida amanheceu mais inchada e inflamada. A família decidiu ir a um hospital particular e, após avaliações médicas, ouviu que deveriam administrar remédios para a dor e inflamação. A pediatra teria dito que o pus na ferida estava endurecido e eles precisariam dar banhos mornos para amolecê-lo e permitir o alívio daquela região.

“Deram duas opções para a gente: internar a nossa filha para fazer o tratamento por lá ou, então, fazer em casa”, conta. Sem condições financeiras de arcar com a internação e sem convênio, eles optaram por tratá-la em casa.

Naquela noite, a menina não conseguiu dormir. “Suava frio e se revirava na cama. Ela nunca fazia isso”, disse a mãe. A situação piorou ainda mais quando Eloah começou a ter convulsões por volta de 3h, já na madrugada do dia 29.

Os pais correram com ela até um pronto-socorro público, onde ela foi internada e passou por exames. Enquanto aguardava pela chegada de um especialista pediátrico, ela teve convulsões novamente e precisou ser levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Eloah precisava ser transferida para um hospital, mas não resistiu à transferência entre as unidades e morreu ainda na ambulância. A causa da morte, segundo os pais, foi um choque séptico causado por uma bactéria no sangue dela, devido à infecção na ferida.

Translado para o litoral

O desejo da família era de sepultá-la em Mongaguá, no litoral paulista, local onde o restante da família mora. No entanto, os pais de Eloah enfrentaram grandes dificuldades burocráticas e só conseguiram autorização para enterrá-la na cidade vizinha Peruíbe, na última sexta-feira (31).

Os pais e irmãos mais velhos de Eloah estão passando alguns dias na Baixada Santista, mas dizem que não pretendem voltar a morar em Santa Catarina após o falecimento da menina. “Não faz mais sentido nenhum voltar pra lá”, desabafa a mãe.

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