Mercado volta a prever para 2017 inflação abaixo do piso de 3% da meta

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Previsões foram divulgadas pelo BC nesta segunda (11)

Os economistas do mercado financeiro voltaram a estimar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará abaixo do piso de 3% do sistema de metas de inflação neste ano e também elevaram, mais uma vez, a estimativa para o crescimento da economia em 2017.

As expectativas constam no relatório de mercado conhecido como “Focus”, feito com base em pesquisa realizada na semana passada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras.

De acordo com o levantamento do BC, a inflação deste ano deve ficar em 2,88%, na mediana. A nova previsão mantém a inflação abaixo da meta central para o ano, que é de 4,5%, e, também, abaixo do piso de 3% do sistema brasileiro de metas – algo que, se for confirmado, ocorrerá pela primeira vez neste regime, que começou em 1999.

Na edição anterior do relatório Focus, feito com base nas previsões coletadas na semana retrasada pela autoridade monetária, os economistas estimavam que a inflação ficaria em 3,03%.

Em setembro, os analistas das instituições financeiras já tinham estimado que o IPCA ficaria abaixo de 3% em 2017, mas a previsão acabou subindo nas semanas seguintes.

A expectativa de que o IPCA ficará abaixo de 3% neste ano acontece após a divulgação da inflação de novembro – que ficou abaixo da previsão do mercado financeiro.

Se a expectativa do mercado se confirmar, a inflação deste ano também será a menor desde 1998, ano em que somou 1,65%, segundo a série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A previsão do mercado financeiro para a inflação do ano que vem ficou estável em 4,02% na última semana. O índice segue abaixo da meta central – que também é de 4,5% – e do teto de 6% fixado para o período.

Sistema de metas de inflação

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Pelo sistema brasileiro, a meta central é de 4,5% para este ano e para 2018, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo, de modo que a inflação pode ficar entre 3% e 6% sem que seja formalmente descumprida.

Quando a meta de inflação é descumprida, o presidente do Banco Central tem que escrever uma carta pública ao ministro da Fazenda explicando as razões para a variação fora da previsão.

PIB e juros

Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro subiu, na semana passada, a estimativa de crescimento de 0,89% para 0,91%. Essa foi a segunda alta seguida no indicador.

Para 2018, os economistas das instituições financeiras elevaram a estimativa de expansão da economia de 2,60% para 2,62%. Nesse caso, foi o quarto aumento seguido na previsão.

O mercado financeiro também manteve sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 7% ao ano (atual patamar) para o fechamento de 2018.

Câmbio, balança e investimentos

Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2017 permaneceu em R$ 3,25.

Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para a moeda norte-americana ficou estável em R$ 3,30.

A projeção do boletim Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), em 2017, recuou de US$ 66 bilhões para US$ 65,5 bilhões de resultado positivo.

Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit subiu de US$ 52 bilhões para US$ 52,5 bilhões.

A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2017, avançou de US$ 78 bilhões para US$ 80 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas ficou estável também em US$ 80 bilhões.


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