Mesmo com repasse de 2,5 milhões mensais e adiantamento de meio milhão de reais feito pela Prefeitura Municipal, Santa Casa não consegue pagar funcionários e médicos em Araras, SP 

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Foi decreta greve dos funcionários para esta segunda-feira (17/12), por falta de pagamento do 13º salário, isso sem contar os honorários dos médicos que em alguns casos estão beirando 12 meses.

Nossa reportagem vem recebendo inúmeros questionamentos da população de Araras (SP), sobre o que foi feito com tanto dinheiro repassado pela Prefeitura Municipal, diante da situação de greve dos funcionários decretada para esta segunda-feira (17/12), por falta de pagamento do 13º salário, isso sem contar os honorários dos médicos que em alguns casos estão beirando 12 meses.

Até o momento os administradores da instituição não se manifestaram publicamente, ou através de nota de esclarecimentos à população, que por sinal tem todo direito de saber, pois o dinheiro enviado é do povo.

Dinheiro público

Em abril deste ano, o médico Dr. Nelson Dimas Brambilla conquistou R$ 250 mil para a Santa Casa de Araras (SP), através de verba parlamentar do Deputado Federal Luiz Lauro Filho.

A pedido da própria Santa Casa, no último dia 7 de dezembro o Município fez um adiantamento no valor de R$ 500 mil, referente aos repasses que a Prefeitura faz mensalmente.

Importante relatar que a Prefeitura Municipal faz repasses mensais à Santa Casa no valor aproximado de R$ 2,5 milhões, por meio de vários convênios e desse total, cerca de R$ 900 mil são de recursos próprios da Prefeitura para custear todas as despesas do Pronto-Socorro, incluindo médicos presenciais e de disponibilidade para o suporte no atendimento do PS.

O restante (cerca de R$ 1,6 milhão) são verbas de repasses dos governos federal e estadual para atendimentos de média e alta complexidades.

E mesmo com tanto dinheiro, a Santa Casa não conseguiu pagar o 13º salários dos funcionários, nem os honorários dos médicos que em alguns casos estão beirando quase um ano.

Instabilidade política

Os representantes da Santa Casa alegaram que assumiram a administração no segundo semestre de 2018 e, embora estejam tentando implementar medidas para melhor a gestão, depararam-se com a instabilidade política do Poder Executivo Municipal.

Greve

Os trabalhadores da Santa Casa de Misericórdia de Araras (SP) decidiram rejeitar as propostas de parcelamento do 13º salário de 2018 feitas pela administração do hospital e, com isso, está decretada a greve para esta segunda-feira (17), a partir das 6h. A decisão foi tomada pela categoria, após duas assembleias realizadas na quarta e na quinta-feira, com os turnos da manhã e da noite.

A primeira parcela do 13º salário não foi paga na data correta, que seria até o dia 30 de novembro como prevê a legislação, e o hospital também informou que não conseguiria realizar o pagamento da segunda parcela dentro do prazo, ou seja, até o dia 20 de dezembro.

Na primeira proposta apresentada pela Santa Casa, o 13º salário seria pago em quatro (4) parcelas, iniciando em janeiro de 2019. Na segunda, a proposta era de pagamento em três (3) parcelas iniciando em dezembro de 2018. “O Sinsaúde levou as duas propostas para discussão em duas assembleias com os trabalhadores dos turnos da manhã e da noite e ambas foram rejeitadas”, afirmou a presidente da subsede do Sinsaúde em Araras, Tereza Aparecida Mendes.

A categoria decidiu que o 13º de 2018 deve ser pago na integralidade até a data de hoje (14), caso isso não ocorra, as atividades serão paralisadas a partir das 6h da manhã de segunda-feira, dia 17 de dezembro. A Santa Casa já foi informada da deliberação, assim como as demais autoridades competentes.

O diretor-geral do Sinsaúde, Anselmo Bianco, ressalta que houve ampla discussão com todos os trabalhadores e que a decisão da categoria deve ser respeitada. “O 13º é um direito do trabalhador e cabe ressaltar que muitos fizeram despesas ou pensam em quitar dívidas utilizando este dinheiro. Esperamos que a Santa Casa providencie o pagamento devido dentro do prazo”, afirmou.

Médicos não devem aderir à greve

Em nota a Associação esclarece à população, que não há interesse preliminar de paralisação das atividades médicas junto a Santa Casa de Misericórdia de Araras.

Apesar dos atrasos de honorários médicos serem cumulativos, a categoria manteve o atendimento inalterado desde 2017 até o momento. Para evitar prejuízo no atendimento da população, têm sido realizadas exaustivas tentativas de acordos, em reuniões com a Provedoria da instituição.

A colaboração e compreensão dos médicos são notórias, diante da situação os serviços estão sendo prestados, mesmo os atrasos beirando doze meses em muitas modalidades.

O Atendimento de urgência e emergência não será neglicenciado, porém se faz importante à conscientização das munícipes sobre a preocupante monta de dívida que vem se arrastando.

Certos do apoio e compreensão de todos, mesmo diante do sacerdócio da profissão, os compromissos financeiros existem e necessitam ser honrados.


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