Ministério Público abre inquérito para investigar vice-prefeito por vídeo em que ele destrói radar móvel em Sumaré, SP

PUBLICIDADE

Promotor de Justiça apura se Henrique Stein Sciascio e o prefeito da cidade praticaram atos de improbidade e provocaram prejuízos aos cofres públicos. Assista às imagens do caso.

O Ministério Público confirmou na tarde desta segunda-feira (25) que investiga o vice-prefeito de Sumaré (SP), Henrique Stein Sciascio, por causa de um vídeo gravado na semana passada em que ele destrói um radar móvel instalado na Avenida Fuad Assef Maluf, na região do Jardim Picerno.

O inquérito, aberto pelo promotor de Justiça Rafael Augusto Pressuto, apura se ele e o prefeito, Luiz Alfredo Castro Ruzza Dalben, praticaram atos de improbidade que provocam prejuízos aos cofres públicos e contra os princípios da administração pública. Assista abaixo o vídeo.

O MP destacou que solicitou à Prefeitura para que, no prazo de dez dias, cópias do contrato e do processo licitatório para contratação da empresa fiscalizadora do trânsito sejam encaminhados ao promotor. Além disso, o governo também é questionado se abriu uma sindicância sobre o caso.

Outro ofício também foi enviado para a empresa Talentech Tecnologia Ltda, vencedora do processo, segundo a assessoria da instituição, para que ela informe se é responsável pelo aparelho danificado, o valor do prejuízo, se houve recuperação do equipamento, quais funcionários participam do vídeo e foram retomadas providências para reparação do dano provocado.

Posicionamentos

A Prefeitura informou às 17h50 que o contrato prevê o radar móvel, “porém, não é porque está previsto que deverá ser utilizado pela terceirizada sem a autorização prévia do Executivo”. Segundo a assessoria, o funcionamento depende de aval de Dalben e “só poderá ser instalado quando houver justificativa e a necessidade do mesmo”.

Além disso, a administração alegou que a Secretaria de Mobilidade Urbana e Rural recebeu um diretor da empresa Telentech para firmar uma parceria que visa conscientização dos condutores.

A assessoria da Talentech destacou que havia contrato com a Prefeitura e negou irregularidades. Além disso, frisou que tem interesse em “responder às indagações do MP o mais rápido possível.”

‘Na minha cidade, não!”

Sciascio usou uma conta em rede social para postar o vídeo em que ele chuta o radar. Em um dos momentos, ele grita “Na minha cidade, não!”, e alega agir a mando do prefeito. Além disso, determina que o secretário de transportes retire todas as “porcarias móveis” da cidade.

Ele leva o equipamento e diz aos funcionários da empresa responsável pelo radar que o sistema de monitoramento móvel “não é moral”. “A gente tem que fazer uma fiscalização justa, digna e com moralidade, não fazer isso aqui, não”, destaca antes de levar a máquina até uma caminhonete.

‘Objetivo cumprido’

No dia do episódio, a Prefeitura emitiu inicialmente uma nota onde afirma que “o vice-prefeito é responsável pelos seus atos”, e que o prefeito não havia assistido ao vídeo.

Três horas depois, a administração divulgou um novo texto para relatar que, após ver o conteúdo, Dalben convocou o vice ao gabinete dele para esclarecimentos.

“Havia uma determinação anterior do prefeito, Luiz Dalben, para que o vice fosse até os locais onde os aparelhos estavam instalados e retirasse os radares móveis das vias. Entretanto, o vice explicou ao prefeito que, ao ouvir as reclamações dos munícipes e a falta de transparência na colocação do aparelho – o que vai contra os princípios desta administração – exaltou-se e acabou tomando a atitude registrada na gravação”, diz texto da assessoria.

O comunicado termina com a mensagem na qual o prefeito e Sciascio ressaltam que o objetivo de retirar os radares móveis foi cumprido. “A Prefeitura preza por uma gestão clara e transparente e trabalha para oferecer serviços que não prejudiquem os moradores”, destaca trecho da nota.

PUBLICIDADE
PLÍNIO DPVAT